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Cultura

- Publicada em 19 de Agosto de 2018 às 22:23

Figura do gaúcho é tema de exposição de Ricardo Giuliani no Margs

Produção de Giuliani é composta predominantemente por pintura e desenho

Produção de Giuliani é composta predominantemente por pintura e desenho


CLAITON DORNELLES /JC
Ricardo Giuliani abre nesta terça-feira (21), nas galerias Iberê Camargo e Oscar Boeira do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), sua nova mostra, Um gaúcho, com curadoria de José Francisco Alves. A noite marca ainda o lançamento do livro homônimo, apresentado pelo escritor e poeta Dilan Carmargo. As atividades começam às 18h.
Ricardo Giuliani abre nesta terça-feira (21), nas galerias Iberê Camargo e Oscar Boeira do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), sua nova mostra, Um gaúcho, com curadoria de José Francisco Alves. A noite marca ainda o lançamento do livro homônimo, apresentado pelo escritor e poeta Dilan Carmargo. As atividades começam às 18h.
Em Um gaúcho, Giuliani instiga o debate a respeito dessa figura, tão importante no imaginário coletivo do Rio Grande do Sul. O artigo indefinido à frente mostra que o gaúcho é, ao mesmo tempo, história, folclore e arte.
São 67 obras, entre pinturas, desenhos, aquarelas e instalação, que surgiram a partir da pesquisa do artista que buscou literatura sobre "el gaucho", o gaúcho histórico não folclorizado, entre eles, Alcides Maya, Sarmiento, Augusto Meyer, Jose Hernandez e Barbosa Lessa, e que pode ser sintetizada em O gaúcho a pé, da trilogia de Cyro Martins.
Tanto a exposição como o livro são resultados de uma reflexão sobre o paradoxo que convive no imaginário sul-rio-grandense. "Quero ir além daquele gaúcho guerreiro que todos conhecemos, mítico para muita gente", explica Giuliani, também advogado.
A produção de Giuliani, predominantemente a pintura e o desenho, parte das questões sociais e políticas para seu posicionamento no mundo. De acordo com o curador, "em Um gaúcho, a crítica social de Ricardo Giuliani aborda o nosso personagem máximo, temática tão cara à nossa arte, de Weingärtner aos Clubes de Gravura, o gaúcho. Este que é, ao mesmo tempo, um produto histórico, social e cultural, que o artista busca enfocar como um brasileiro do Sul em suas tragédias sociais, o trabalhador rural, produto do latifúndio".
A abordagem do artista buscou, também, os aportes de Cyro Martins, em sua Trilogia do Gaúcho a Pé, quando o prestigiado médico e escritor deparou-se com o gaúcho real, não mítico e empobrecido, nos cinturões de miséria das cidades. Conforme Alves, "esta transição do gaúcho idealizado para o marginalizado é a realidade que Ricardo Giuliani interpreta com obras atuais, em especial, pinturas enormes, na linguagem muralista", relata.
Um dos destaques é um gigantesco mural Boa Ventura I, de 1,70 m x 10 m, pintado inteiramente e colocado nas paredes do Margs na semana passada. Já o livro, homônimo à exposição, apresenta uma série de imagens das obras que estarão expostas no museu e têm pequenos contos e croniquetas intercaladas redigidas por Dilan Camargo.
Giuliani tem se dedicado às artes visuais desde 2012, quando descobriu a linguagem pictórica e começou a produzir intensamente, apaixonado por essa nova possibilidade estética. A arte, para ele, é definidora das possibilidades de estar no mundo para dividi-lo com o outro.
Como músico, participou de festivais nativistas na década de 1980, sem nunca abandonar a MPB e o rock; como escritor, publicou cinco livros, sendo finalista do Prêmio Açorianos de Literatura, na categoria Crônica, em 2012.
Para a exposição, a visitação é gratuita, no período de 22 de agosto a 14 de outubro. Visitas mediadas podem ser agendadas no e-mail [email protected].
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