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Cultura

- Publicada em 06 de Agosto de 2018 às 22:12

'Em época de construção de muros, a literatura constrói pontes, defende Agualusa

Agualusa se diz um otimista

Agualusa se diz um otimista


MARIANA CARLESSO/JC
Amanda Jansson Breitsameter
O papel da literatura como ferramenta para unir pessoas e compartilhar conhecimento mútuo foi o destaque da fala do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Arrebatando o público com sua eloquência e simplicidade, em noite de Fronteiras do Pensamento que lotou o Salão de Atos da Ufrgs nesta segunda-feira (6), o escritor foi contundente: “A literatura desenvolve a empatia, promove o debate e ajuda uma pessoa a se colocar no coração do outro”.
O papel da literatura como ferramenta para unir pessoas e compartilhar conhecimento mútuo foi o destaque da fala do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Arrebatando o público com sua eloquência e simplicidade, em noite de Fronteiras do Pensamento que lotou o Salão de Atos da Ufrgs nesta segunda-feira (6), o escritor foi contundente: “A literatura desenvolve a empatia, promove o debate e ajuda uma pessoa a se colocar no coração do outro”.
E foi essa empatia que ele despertou no público que foi ouvi-lo. Afinal, era impossível não se sentir próximo a quem, como define o autor sobre o povo angolano, ri como resistência, ri porque está vivo, porque segue vivendo, porque ser pessimista é simplesmente uma “facilidade de espírito, um preguiça de pensamento ou um luxo de povos felizes”.
O próprio Agualusa se diz um otimista, um sonhador, assim como enxerga a nova geração de escritores africanos, responsável por mostrar ao Ocidente um outro rosto da África. “Em um tempo como o nosso, de construção de muros, livros operam contra isso, pois constróem pontes”, defendeu. Para ele, livros são tão básicos, tão necessários, que o acesso a eles deveria ser comparado ao acesso à água potável.
"Torturadores, grandes ditadores, essas pessoas raramente leem ficção, pois não são capazes de se colocar no lugar do outro”, explicou, tascando logo depois e arrancando risos da plateia: "Não consigo imaginar Donald Trump lendo um livro qualquer, quem dirá uma ficção”.
Tampouco o Brasil ficou de fora das observações certeiras do angolano, que classificou a literatura, dentro da democracia, como uma “arma de construção massiva”: “Países como Angola ou Brasil, com democracias ameaçadas ou ainda não consolidadas, precisam investir no diálogo, no debate, no que facilita e promove o conhecimento mútuo, e acho que a literatura pode ajudar muito nisso”, defendeu.
Agualusa é considerado hoje um dos mais importantes escritores em língua portuguesa. Nascido em Angola, mudou-se ainda jovem para Portugal, onde estudou jornalismo. Sua obra já foi traduzida para mais de 25 idiomas.
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