Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

- Publicada em 07 de Agosto de 2018 às 01:00

Patativa-tropeira é protagonista em exposição de Walmor Corrêa em Porto Alegre

Walmor Corrêa conversa com o público e inaugura mostra hoje à noite

Walmor Corrêa conversa com o público e inaugura mostra hoje à noite


FREDY VIEIRA/JC
Ricardo Gruner
"É muita história para deixarmos passar", afirma o artista Walmor Corrêa, sobre o material que compartilha com o público na exposição que inaugura nesta terça-feira (7), no Instituto Ling (João Caetano, 440). Batizada Walmor Corrêa e Sporophila beltoni, a mostra apresenta pela primeira vez, de forma completa, a sequências de trabalhos que ele desenvolveu tendo a ave brasileira referida no título como inspiração. O processo para chegar a tal resultado envolveu até informações que remetem à Imperatriz Leopoldina - não por acaso retratada na mostra.
"É muita história para deixarmos passar", afirma o artista Walmor Corrêa, sobre o material que compartilha com o público na exposição que inaugura nesta terça-feira (7), no Instituto Ling (João Caetano, 440). Batizada Walmor Corrêa e Sporophila beltoni, a mostra apresenta pela primeira vez, de forma completa, a sequências de trabalhos que ele desenvolveu tendo a ave brasileira referida no título como inspiração. O processo para chegar a tal resultado envolveu até informações que remetem à Imperatriz Leopoldina - não por acaso retratada na mostra.
A seleção, que mistura arte, história e ciência, tem abertura a partir das 19h, no Instituto Ling. Corrêa e o curador da exposição, Paulo Miyada, participam do evento, com entrada franca, por ordem de chegada. Já o período para visitação vai até 1 de novembro, de segundas a sextas-feiras, das 10h30min às 22h, ou sábados, das 10h30min às 20h. A entrada é franca.
Tudo começou em 2014, quando o artista foi convidado a apresentar um projeto de pesquisa para uma residência financiada pelo Instituto Smithsonian, nos Estados Unidos. Apaixonado por pássaros desde a infância, Corrêa passou 45 dias pesquisando os arquivos do Museu de História Natural. Após muita insistência na tentativa de encontrar uma espécie de Sporophila brasileira nos catálogos, achou um exemplar empalhado, perdido e despercebido pelas autoridades em uma seção dedicada a espécimes latino-americanos. Então teve a ideia de dar à ave todas as documentações pertinentes de uma pessoa, para marcar sua existência e sua origem.
Composta por 17 peças, a mostra inclui pinturas, desenhos, fotografias, mapas e até carteira de identidade, da Agência Nacional de Aviação Civil e passaporte - os três documentos contém fotos 3x4 do pássaro, entre outras informações. Confundida com outras espécies de Sporophila (a popular patativa-tropeira), a Sporophila beltoni não possuía identificação até poucos anos atrás.
Os meandros de todo processo são explicados pelo próprio artista em um vídeo que integra a exposição. "Todo meu trabalho possui na sua essência uma pesquisa bastante larga, muitas vezes maior do que o tempo de manufatura", destaca Corrêa. "Não tem como dispormos de um trabalho desses sem mostrar esse caminho de descobertas."
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2018/08/02/206x137/1_exposicao_walmor_correa_e_sporophila_beltoni___cred_walmor_correa-8423428.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5b63586463462', 'cd_midia':8423428, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2018/08/02/exposicao_walmor_correa_e_sporophila_beltoni___cred_walmor_correa-8423428.jpg', 'ds_midia': 'Pássaro ganha documentação em exposição', 'ds_midia_credi': 'WALMOR CORRÊA/DIVULGAÇÃO/JC', 'ds_midia_titlo': 'Pássaro ganha documentação em exposição', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '253', 'align': 'Middle'}
Pássaro ganha documentação em exposição. Foto: Walmor Corrêa/Divulgação/JC
Outro item com caráter documental é um mapa que faz referência aos lugares em que a ave sobrevive no Brasil. "O utilizo como uma denúncia", afirma o idealizador do projeto, em referência à condição da ave, em extinção. E não é a única peça de cunho geográfico. Há ainda um esquema que indica o caminho que o naturalista austríaco Johann Natterer percorreu no Brasil, coletando animais para estudo.
Natterer, sugere Walmor Corrêa, é a chave para certa conexão entre a Sporophila e a imperatriz. Quando o artista encontrou o espécime empalhado em Washington, percebeu em sua pata uma nota informando o país (Brasil) e o ano de coleta (1820). A data coincide com o período em que o austríaco esteve no País - ele veio anos antes, com Leopoldina, e enviava material de estudo para o Museu Imperial de Viena. Uma troca de coleções entre as instituições explica como a ave empalhada foi parar nos Estados Unidos, e uma peculiaridade indica que ela passou pelas mãos do naturalista histórico: o animal tem a cabeça levemente torta, uma marca dos exemplares empalhados por Natterer.
Como dupla homenagem, uma das pinturas da mostra retrata as duas - ave e imperatriz. Ambas têm o rosto inclinado para o lado. "Na minha interpretação muito particular de artista, a Leopoldina também foi usada como objeto de estudo", revela o criador, reconhecido no Brasil e no exterior por uma obra dedicada à arte e ciência. Após o período em Porto Alegre, a ideia é levar a exposição para outras cidades.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO