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Cultura

- Publicada em 06 de Agosto de 2018 às 01:00

Na segunda janela: Thiago Ramil lança novo disco e faz show no Theatro São Pedro

EmFrente leva adiante a ideia do compositor de apresentar perspectivas não tão usuais

EmFrente leva adiante a ideia do compositor de apresentar perspectivas não tão usuais


GUILHERME BRAGANÇA/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
Leve embora (2015), primeiro disco de Thiago Ramil, rendeu ao músico mais do que o esperado. O compositor ganhou dois prêmios Açorianos - de revelação e intérprete - e foi indicado ao Grammy Latino de melhor álbum pop em português. Cerca de três anos depois, o artista retorna com um segundo trabalho de estúdio, EmFrente, e garante: toma cuidado para valorizar as conquistas do passado sem deixar que isso se transforme em expectativas. "Pressão eu não senti. Sempre digo que venho de uma família de músicos bastante reconhecidos. Não levo isso como pressão, mas como uma responsabilidade", destaca ele, apontando a rigorosidade com o trabalho como algo que parece ser uma marca dos Ramil.
Leve embora (2015), primeiro disco de Thiago Ramil, rendeu ao músico mais do que o esperado. O compositor ganhou dois prêmios Açorianos - de revelação e intérprete - e foi indicado ao Grammy Latino de melhor álbum pop em português. Cerca de três anos depois, o artista retorna com um segundo trabalho de estúdio, EmFrente, e garante: toma cuidado para valorizar as conquistas do passado sem deixar que isso se transforme em expectativas. "Pressão eu não senti. Sempre digo que venho de uma família de músicos bastante reconhecidos. Não levo isso como pressão, mas como uma responsabilidade", destaca ele, apontando a rigorosidade com o trabalho como algo que parece ser uma marca dos Ramil.
O gaúcho apresenta o repertório do álbum na íntegra no Theatro São Pedro (praça Mal. Deodoro, s/nº) na quinta-feira (9). Ele sobe ao palco a partir das 21h, acompanhado pelos mesmos músicos com quem gravou o disco, em janeiro deste ano. Ingressos de R$ 20,00 a R$ 40,00.
Com a maior parte das músicas compostas entre 2016 e 2017, o disco foi realizado de forma mais intuitiva do que o seu antecessor, conforme o artista. Ele passou um mês na casa do engenheiro de som Wagner Lagemann, na Zona Sul de Porto Alegre, e recebeu uma série de convidados que participaram do processo.
O registro inclui contribuições de sua irmã, Gutcha Ramil (percussões, violinos e vocais) e ainda Andressa Ferreira (percussões), Guilherme Ceron (baixo), Lorenzo Flach (guitarra), Pedro Petracco (bateria) e Felipe Zancanaro (percussões e efeitos). "Eles trabalharam com bastante liberdade na criação dos arranjos. Todos os músicos já vinham tocando comigo, praticamente todos desde o Leve embora. E não tivemos um processo de pré-produção, foi tudo feito de uma maneiram muito dinâmica." Ainda participaram das gravações Paola Kirst (voz), Lucas Fê (bateria), Apanhador Só, Duda Brack (voz) e Fabrício Gambogi (guitarra). 
Entre dedilhados e harmonias que remetem ora à delicadeza, ora à urgência e ao ruído, EmFrente leva adiante a ideia do compositor de apresentar perspectivas não tão usuais. No disco anterior, ele se colocava no ponto de vista de uma amoreira para cantar sobre a paixão da amoreira por uma bailarina (em Amora). No projeto atual, usa a primeira pessoa do singular com pouca frequência - principalmente se comparado à produção pop contemporânea. "O 'eu' às vezes parece muito o lugar da certeza, de sabedoria. Como se eu soubesse das coisas, fizesse canções para explicar para os outros... Não tenho essa pretensão", ressalta o músico. "Sempre fiz a distinção entre o profeta e o poeta, e prefiro me colocar no lugar do poeta, no lugar de quem retrata, descreve."
Em Campeão, por exemplo, ele reflete sobre manipulação, jogos políticos e de poder, enquanto canta que "Cada ação integra a peça/ A cena é sobre a mesa/ O enredo é escrito em cartaz/ recibos contracheques". Já em Mitocôndria, começa na primeira pessoa para fazer uma crítica ao sistema educacional brasileiro: "Se a prova é de marcar, como questionar?", entoa ele, em faixa que aborda o conteúdo programático de História do Brasil e inclui áudios de manifestações indígenas, entre outros elementos.
O registro conta tanto com faixas assinadas apenas por Thiago Ramil quanto com parcerias entre ele e outros músicos. Poty Bursch, Felipe Zancanaro e Alexandre Kumpinski (da Apanhador Só), Ian Ramil, Alércio PJ (Musa Híbrida), Duda Brack e Diego Maestri estão nos créditos. Só Tropeço, a colaboração com Duda Brack, não foi desenvolvida presencialmente - como a cantora gaúcha está morando no Rio de Janeiro, a música foi composta pela dupla via WhatsApp.
Crente que o álbum dialoga com seu momento pessoal - e que sua atuação como psicólogo na rede municipal de Porto Alegre teve influência no processo -, o músico contou com apoio dos fãs para viabilização de EmFrente. A campanha de financiamento coletivo ultrapassou a meta.
Depois do show no Theatro São Pedro, Ramil tem apresentação agendada em Pelotas. No sábado (11), ocorre o lançamento do disco no M-qd (Benjamin Constant, 986), com ingressos pelo site Sympla. 
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