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Cultura

- Publicada em 01 de Agosto de 2018 às 01:00

Mostra traça panorama do cinema produzido por mulheres no Brasil

Premiado em Gramado, Como nossos pais é atração da mostra Brasileiras na direção

Premiado em Gramado, Como nossos pais é atração da mostra Brasileiras na direção


IMOVISION/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
Em 2014, o Cine Santander Cultural (Sete de Setembro, 1.028) promoveu a mostra Mulheres na direção, com filmes de realizadoras como Kathryn Bigelow, Claire Denis e Claudia Llosa. O projeto despertou a curiosidade do programador da sala, Felipe Guerra, a respeito do panorama da produção nacional. "Aqui no Brasil temos muitos filmes dirigidos por mulheres que, infelizmente, não chegam ao grande público, ficam restritos a festivais", ressalta ele.
Em 2014, o Cine Santander Cultural (Sete de Setembro, 1.028) promoveu a mostra Mulheres na direção, com filmes de realizadoras como Kathryn Bigelow, Claire Denis e Claudia Llosa. O projeto despertou a curiosidade do programador da sala, Felipe Guerra, a respeito do panorama da produção nacional. "Aqui no Brasil temos muitos filmes dirigidos por mulheres que, infelizmente, não chegam ao grande público, ficam restritos a festivais", ressalta ele.
Para ajudar a reverter esse quadro, a sala tem como atração, neste mês, a mostra Brasileiras na direção. Entre hoje e 29 de agosto, o espaço destaca 18 filmes dirigidos ou codirigidos por mulheres no País na última década. A lista inclui tanto filmes inéditos na capital gaúcha quanto produções que já estiveram em cartaz, mas merecem uma nova oportunidade nas telonas.
Metade das obras selecionadas são novidades no circuito porto-alegrense. A lista inclui títulos como o experimental A mulher que amou o vento, exibido na Mostra Tiradentes em 2014 e descrito como uma fábula visual. O filme de Ana Moravi acompanha uma mulher no alto de uma montanha e sua relação com o vento. Outro destaque é Seca (2015), documentário de Maria Augusta Ramos, realizadora que, neste ano, teve projeção com o também documentário O processo, sobre o impeachment de Dilma Rousseff. O trabalho de 2015 acompanha a rota de um caminhão-pipa pelo sertão nordestino, retratando a força da população dos locais por onde passa.
Também sem sessões em Porto Alegre até então, Navios de terra (2017) navega entre a ficção e o documentário. O filme dirigido por Simone Cortezão participou de seleções como o Olhar de Cinema, em Curitiba, e apresenta um ex-minerador que atua como marinheiro: ele é responsável por levar as partes de uma montanha para outro país.
Completam a lista de inéditos obras como Do outro lado do Atlântico (2015), de Daniele Ellery e Márcio Câmara; uma versão compilada da minissérie Notas de amor (2015), de Liliana Sulzbach; e Desarquivando Alice Gonzaga (2017), apresentado pela diretora Betse de Paula em Gramado no ano passado.
De acordo com o programador, desenvolver o recorte foi difícil por um lado e fácil por outro: o número de produções aptas a entrar na seleção foi superior ao imaginado, já que a quantidade de mulheres por trás das câmeras está aumentando. No fim, sobrou material. "No início, eu tinha a ideia de passar obras mais antigas e conhecidas, mas não deu nem para considerar", diz Guerra. "Talvez eu até tenha cometido alguma injustiça (deixando alguma obra contemporânea de fora)." Caso a mostra seja bem recebida pelo público, já há produções pré-selecionadas para uma segunda edição em 2019.
A leva de títulos exibidos nas salas gaúchas em outras oportunidades também traz temas diversos. O mais conhecido dos filmes é Como nossos pais (2017), de Laís Bodanzky, grande vencedor de Gramado no ano passado e apresentado até no Festival de Berlim. A narrativa acompanha uma mãe (papel de Maria Ribeiro) que se vê pressionada tanto pelos pais quanto pelas filhas pré-adolescentes.
Outro exemplo da lista é Sinfonia da Necrópole (2014), de Juliana Rojas - cineasta atualmente em cartaz com seu novo filme, As boas maneiras, realizado com Marco Dutra. A comédia musical sobre um aprendiz de coveiro vai ter uma sessão comentada pela diretora no dia 25.
Também têm exibições seguidas de debate com as equipes de produção os filmes Substantivo plural (amanhã, às 19h); Notas de amor (9 de agosto); O caso do homem errado (10); Todos (16); e Quem é Primavera das Neves? (24).
A programação do Santander Cultural pode ser acessada pelo site https://bit.ly/2v2O5I1.
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