Em um vídeo gravado em um hospital, onde se recupera de um acidente sofrido em São Paulo, Rubens Ewald Filho disse que talvez a 46ª edição seja a melhor na história do Festival de Cinema de Gramado: “A seleção está excepcional, são filmes de primeira linha", justifica o crítico de cinema.
Na Cinemateca Capitólio, na manhã desta terça-feira (10), depois de divulgados os nomes dos longas concorrentes (estrangeiros e nacionais) e ainda dos curtas gaúchos que concorrem ao Prêmio Assembleia Legislativa, fica a impressão que a afirmação pode não ser exagero do curador.
Os dois primeiros homenageados anunciados também são de renome. Para o Troféu Cidade de Gramado, o escolhido foi o ator Ney Latorraca (com 23 longas no currículo). Distinção que destaca a trajetória e a contribuição de diretores brasileiros, o Troféu Eduardo Abelin será entregue ao animador Carlos Saldanha (de Rio, A Era do Gelo e Touro Ferdinando) - indicado duas vezes ao Oscar em carreira internacional. Os agraciados com o Troféu Oscarito e o Kikito de Cristal serão conhecidos em breve.
Outra nova informação é sobre o país convidado de honra, que em 2018 é a Itália. Inaugurado no ano passado, o projeto estreou com o Canadá, que trouxe para a Serra Gaúcha convidados e exibições exclusivas. Presente no evento, o prefeito de Gramado, João Alfredo Bertolucci (conhecido por Fedoca), destacou a parceria com o governo italiano.
Já o presidente da Gramadotur (autarquia realizadora dos principais eventos públicos do município), Edson Néspolo, apontou como diferencial deste ano um perfil ainda mais inclusivo, investindo na acessibilidade cultural.
A argentina Eva Piwowarski também estava ausente na coletiva de apresentação dos concorrentes, por motivos de saúde. O único representante da curadoria, o gaúcho Marcos Santuario, foi efetivo ao caracterizar a 46ª edição – que ocorre de 17 a 25 de agosto:
“O Festival de Gramado tem essa identidade de buscar um diálogo não somente com a crítica, mas com o público em geral e com as telas de cinema do Brasil e do mundo. Isso é o que tentamos fazer mostrando essa diversidade do que se faz aqui, sem escolher uma questão temática”. Para Santuario, a tônica deste ano é a diversidade, são os vários temas abordados pelas produções selecionadas: “No caso dos latinos, vai do realismo fantástico à homossexualidade na terceira idade. Nos brasileiros, pode-se dizer que vai desde cinebiografias até vivências contemporâneas nas nossas grandes cidades. É diverso, como é diverso o cinema brasileiro e são as opiniões a respeito do cinema”.
Selecionados para o 46º Festival de Cinema de Gramado
Filmes em competição
Longas-metragens brasileiros:
- 10 segundos para vencer (RJ), de José Alvarenga Jr.
- O banquete (SP), de Daniela Thomas
- Benzinho (RJ), de Gustavo Pizzi
- A Cidade dos Piratas (RS), de Otto Guerra
- Correndo atrás (RJ), de Jeferson De
- Ferrugem (PR), de Aly Muritiba
- Mormaço (RJ), de Marina Meliande
- Simonal (RJ), de Leonardo Domingues
- A voz do silêncio (SP), de André Ristum
Longas-metragens estrangeiros:
- Averno (Bolívia/Uruguai), de Marcos Loayza
- Las Herederas (Paraguai/Brasil/Uruguai/França/Alemanha), de Marcelo Martinessi
- Mi Mundial (Uruguai/Argentina/Brasil), de Carlos Morelli
- Recreo (Argentina), de Hernán Guerschuny e Jazmín Stuart
- Violeta al Fin (Costa Rica/México), de Hilda Hidalgo
Curtas-metragens brasileiros:
- À Tona (DF), de Daniella Cronemberger
- Apenas o que você precisa saber sobre mim (SC), de Maria Augusta V. Nunes
- Aquarela (MA), de Thiago Kistenmacker e Al Danuzio
- Catadora de gente (RS), de Mirela Kruel
- Estamos todos aqui (SP), de Chico Santos e Rafael Mellim
- Um filme de Baixo Orçamento (SP), de Paulo Leierer
- Guaxuma (PE), de Nara Normande
- Kairo (SP), de Fabio Rodrigo
- Majur (MT), de Rafael Irineu
- Minha mãe, minha filha (SP), de Alexandre Estevanato
- Nova Iorque (PE), de Leo Tabosa
- Plantae (RJ), de Guilherme Gehr
- A retirada para um coração bruto (MG), de Marco Antonio Pereira
- Torre (SP), de Nádia Mangolini
Curtas-metragens gaúchos – Prêmio Assembleias Legislativa:
- À sombra (Canoas), de Felipe Iesbick
- O abismo (Sapucaia do Sul), de Lucas Reis
- Antes do lembrar (Porto Alegre), de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes
- Coágulo (São Leopoldo), de Jéssica Gonzatto
- O comedor de sementes (São Leopoldo), de Victoria Farina
- Um corpo feminino (Porto Alegre), de Thais Fernandes
- Entre sós (Porto Alegre), de Caetano Salerno
- Fè Mye Talè (Encantado), de Henrique Both Lahude
- A Formidável Fabriqueta de Sonhos Menina Betina (Pelotas), de Tiago Ribeiro
- Gasparotto (Porto Alegre), de Zeca Brito
- Grito (Santa Maria), de Luiz Alberto Cassol
- Maçãs em fogo (Porto Alegre), de Bruno de Oliveira
- Movimento à margem (Porto Alegre), de Lícia Arosteguy e Lucas Tergolina
- Mulher Ltda (Canoas), de Taísa Ennes
- Nós Montanha (Porto Alegre), de Gabriel Motta
- Pelos velhos tempos (Porto Alegre), de Ulisses da Motta
- Sem abrigo (Porto Alegre), de Leonardo Remor
- Subtexto (Caxias do Sul), de Cristian Beltrán
- Vinil (Porto Alegre), de Catherine Silveira de Vargas e Valentina Peroni Freire Barata
- O viúvo (Porto Alegre), de Luiz Carlos Wolf Chemale