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Cultura

- Publicada em 10 de Julho de 2018 às 01:00

Orquestra da Ulbra apresenta espetáculos dedicados ao rock no Theatro São Pedro

Repertório de Raul Seixas, obras do Queen e clássicos do gênero estão no programa do grupo

Repertório de Raul Seixas, obras do Queen e clássicos do gênero estão no programa do grupo


NATHAN CARVALHO/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
A Orquestra de Câmara da Ulbra começa uma jornada inédita para seus músicos nesta terça-feira (10) à noite. O calendário do grupo contempla três espetáculos diferentes em três datas seguidas. Em comum, além dos integrantes da orquestra e do maestro Tiago Flores, está o tema: todas as apresentações homenageiam o rock - o dia internacionalmente dedicado ao gênero é 13 de julho.
A Orquestra de Câmara da Ulbra começa uma jornada inédita para seus músicos nesta terça-feira (10) à noite. O calendário do grupo contempla três espetáculos diferentes em três datas seguidas. Em comum, além dos integrantes da orquestra e do maestro Tiago Flores, está o tema: todas as apresentações homenageiam o rock - o dia internacionalmente dedicado ao gênero é 13 de julho.
A primeira noite, nesta terça, tem como mote o repertório de Raul Seixas; na quarta-feira (11), são interpretados clássicos do rock escritos por diversos artistas; na quinta (12), o programa destaca a obra produzida pela banda britânica Queen. Os shows acontecem no Theatro São Pedro (praça Mal. Deodoro, s/nº), sempre às 21h. Ingressos entre R$ 30,00 e R$ 80,00, na bilheteria local ou pelo site do teatro.
"Rock, no geral, tem uma pegada muito interessante para fazer com instrumentos de cordas", resume o regente, que caracteriza a agenda como uma aventura. "Não é normal fazer três shows diferentes em três dias seguidos", destaca. A maratona só é viável porque os músicos já haviam realizado os mesmos concertos separadamente em outros anos - embora nunca em uma sequência como essa, com pouquíssimo tempo de preparação entre uma ocasião e outra. Apesar do desafio, o cronograma de trabalhos visando à semana foi mantido, sem necessidade de encontros adicionais.
Sucesso no ano passado, quando a orquestra fez até um ensaio aberto para o público, devido ao alto número de interessados, o show Toca Raul conta com participações de Hique Gomez, Thedy Correa, Tonho Crocco e do grupo Vocal Takt. Constam no setlist faixas como Metamorfose ambulante, Eu nasci há dez mil anos atrás e Tente outra vez, todas com arranjos especialmente desenvolvidos para a orquestra. "O principal, para os músicos, é que os arranjos sejam bem feitos, que dê vontade de tocar o repertório", afirma Flores, a respeito de uma agenda anual que também inclui obras barrocas, clássicas e românticas.
Arthur Barbosa, Arthur de Faria, Daniel Wolff, Iuri Correa, Pedro Figueiredo e Rodrigo Bustamante são os responsáveis pelo arranjos apresentados nos dois primeiros shows. A noite dedicada a clássicos conta com versões para exemplares do repertório de Metallica, Black Sabbath e Radiohead, passando por Led Zeppelin, U2 e Aerosmith, entre outros ícones. Nesse concerto, um dos destaques é o acréscimo do guitarrista Frank Solari, conhecido pelo virtuosismo.
Já o Especial Queen tem arranjos assinados por Iuri Correa e, mais uma vez, participação do Takt, grupo reconhecido pela excelência na execução. "A linha vocal do Queen é fortíssima", lembra o maestro. Foram selecionadas 14 canções da banda, como Bohemian Rhapsody, Love of my life e Somebody to love.
Segundo Flores, o preconceito de músicos do meio erudito em relação à música popular é coisa do passado. Desde 2001, a Orquestra de Câmara da Ulbra, por exemplo, desenvolve concertos populares, que promovem encontros entre as duas realidades - e grande parte das orquestras também possuem iniciativas semelhantes. Nem sempre foi assim, entretanto. "No período em que fiz faculdade, na década de 1980, tive professores que não conheciam a música popular e passavam isso (algum tipo de preconceito) para os alunos, mas, atualmente, a maior parte dos professores conhece, já tocou música popular e gosta."
O próprio maestro tocou guitarra - e rock - durante a adolescência. "Curti muito, no meio da década de 1970, o rock progressivo", cita ele, entre outros gêneros populares que aprecia, como a MPB e a boa música nativista. "Genesis, Pink Floyd e Yes tinham conhecimento da música acadêmica e aplicaram no rock", completa.
Mesmo que, ao longo das últimas décadas, frequentemente, fãs, críticos e saudosistas venham debatendo se o rock morreu ou não, o maestro acredita que essa ideia é uma bobagem. "Longe disso, dizer que morreu. São ciclos, tem o sertanejo, o pagode; nos anos 1980, o rock nacional. Têm ciclos em que ele fica menos forte, em outras vezes, fica mais, mas sempre volta", opina.
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