Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

- Publicada em 18 de Junho de 2018 às 22:17

Função da literatura é universalizar a cultura, diz Leïla Slimani

Leïla Slimani palestrou sobre identidade e multiculturalismo

Leïla Slimani palestrou sobre identidade e multiculturalismo


MARIANA CARLESSO/JC
Luis Filipe Gunther
Expoente da nova literatura francófona, a escritora e jornalista franco-marroquina Leïla Slimani foi a palestrante do segundo encontro do Fronteiras do Pensamento neste ano, na noite desta segunda-feira (18) no Salão de Atos da Ufrgs.
Expoente da nova literatura francófona, a escritora e jornalista franco-marroquina Leïla Slimani foi a palestrante do segundo encontro do Fronteiras do Pensamento neste ano, na noite desta segunda-feira (18) no Salão de Atos da Ufrgs.
Marroquina de nascimento e francesa por criação, a palestrante falou sobre identidade, destacando que o diferente e a multiculturalização sempre fizeram parte da sua vida. Tudo começou com o casamento dos seus avós, um argelino negro - que defendeu a França durante a guerra - e uma alsaciana branca. Algo não muito absorvido pela comunidade, que via a escravidão acabar e as revoltas das colônias francesas aumentarem. Passou pelo pai que estudou em escolas francesas e lapidou seus princípios na base iluminista.
A sensação de não pertencer a uma essência social a fez criar armas para se defender das críticas do povo marroquino, que a chamava de traidora, e dos franceses que a tratavam diferente por ser estrangeira. A escritora explica que ser muçulmano se tornou uma identidade no mundo. Leïla voltou a se sentir marroquina quando trabalhou de correspondente da revista Jeune Afrique, durante a Primavera Árabe. Ela relata que pode experimentar costumes, crenças, comportamentos e os códigos do seu país de origem. Chegou a ser presa. Passada experiência jornalística, ela passou a trabalhar em cima do seu primeiro romance.
Depois disso, já publicou seis obras literária, sendo as mais famosas a Canção de Ninar e Sexo e Mentiras. Em Canção de Ninar o que chocou aos leitores e críticos foi o fato de uma estrangeira/imigrante ter maior ascensão social do que uma pessoa natural do país onde aconteceu a história. No segundo livro, Sexo e Mentiras, recebeu críticas em que diziam que a escritora estava fazendo graça por revelar códigos do Marrocos. A autora concluiu a palestra dizendo que a função da literatura é promover a universalização das culturas. Assim, "as pessoas podem experimentar a realidade de um russo, de um alemão, de um marroquino...". E arrematou: "culturas fixas criam futuros sombrios".
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO