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Cultura

- Publicada em 13 de Junho de 2018 às 01:00

Subjetividade do surreal: espetáculo circense é inspirado em Salvador Dalí

Peça reúne experientes artistas da cena circense gaúcha e internacional

Peça reúne experientes artistas da cena circense gaúcha e internacional


KATIA FELIPPE/DIVULGAÇÃO/JC
Frederico Engel
A união de experientes artistas da cena circense gaúcha e internacional é um trunfo do espetáculo Dalí, inspirado no icônico pintor surrealista. A apresentação acontece nesta sexta-feira (15), no Theatro São Pedro (praça Marechal Deodoro, s/nº), a partir das 21h, com ingressos entre R$ 30,00 e R$ 60,00.
A união de experientes artistas da cena circense gaúcha e internacional é um trunfo do espetáculo Dalí, inspirado no icônico pintor surrealista. A apresentação acontece nesta sexta-feira (15), no Theatro São Pedro (praça Marechal Deodoro, s/nº), a partir das 21h, com ingressos entre R$ 30,00 e R$ 60,00.
Assim como sua inspiração, a peça usa do surrealismo para traçar uma narrativa que não atende à objetividade, permitindo ao público buscar compreender e contemplar as cenas. "A montagem é intuitiva. Há momentos em que o espectador ficará em êxtase, com vontade de aplaudir, mas também ocorrem instantes de sensibilidade, algo mais intimista e que representa de diferentes formas para as pessoas", explicam os diretores de Dalí, Heloísa Nequete e Luciano Mallmann.
Números clássicos - duo acrobático, parada de mão, contorção, lira, tecido, roda syr, trapézio, malabares, bambolê acrobático, perna de pau, monociclo e parkur - servem de trampolim para recontar a vida e a obra de um já velho Salvador Dalí. Nessa história, entram personagens que marcaram a trajetória do artista, entre elas, a esposa e musa inspiradora Gala Éluard Dalí e o poeta Federico García Lorca. Projeções em vídeo, realizadas por Diego Steffani, reproduzem sobre o palco criações e imagens do pintor.
O elenco do espetáculo é especial. Também se apresentam os acrobatas Zeca Padilha (participante de Ovo, do Cirque du Soleil) e Joana Cambeses (que ficou por oito anos em Macau, na China), além dos artistas Roberta Alfaya, especialista com bambolê artístico e parada de mão na Ucrânia; e Dominique Martins, atuante em montagens por Argentina, Bulgária, Croácia, Paraguai e Portugal. A reunião de profissionais - ao todo, são 15 artistas envolvidos - foi complexa, como comentam os diretores, já que alguns vêm de fora de Porto Alegre e possuem compromissos além da peça, sendo poucos os ensaios com o elenco completo.
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Luciano Mallmann e Heloísa Nequete assinam direção do espetáculo. Foto: Fredy Vieira/JC

Mas o principal motivo da realização de Dalí é o acrobata Eduardo Souza, o Dudu. Presente no elenco do espetáculo, ele sofreu uma fratura na coluna cervical em um treino em janeiro de 2017, que ocasionou em um edema na medula. A partir disso, o caminho do acrobata com o de Mallmann se encontram por meio da arte. "Participo da peça Ícaro, em que os personagens são todos cadeirantes. O conheci desta forma, ele tomou conhecimento da participação que eu desempenhava, e fui até a casa dele em Novo Hamburgo." Lá, ele pôde perceber a força e a vontade do jovem. "Detesto a palavra superação, pois ela sempre é usada somente para pessoas com deficiência, mas o Dudu realmente é um desses casos, é incrível a força que ele tem. Demorei anos para retornar ao palco depois do meu acidente, e ele não, já voltou muito mais rápido", destaca.
A presença do acrobata não fica restrita apenas à participação no espetáculo. Importante para a seleção do elenco, com parte dos artistas sendo selecionada por ele, outros que se juntaram à peça o fizeram para ajudar no arrecadamento de fundos para a recuperação de Dudu.
Esta não a única novidade da apresentação de Dalí. Diretor de primeira viagem, Luciano Mallmann assumiu este papel de modo natural. "Quando convidei o Lu (Mallmann) para acompanhar a sessão de fotos para o material de divulgação do espetáculo, ele começou a nos dar dicas, o que trouxe mais complexidade e história aos personagens", argumenta Heloísa. Como é cadeirante desde junho de 2004, quando caiu ao executar uma acrobacia aérea em tecido no Rio de Janeiro, Mallmann aprendeu a trabalhar desta forma e pôde passar sua experiência para Dudu lidar com esta circunstância. "Ele ajudou bastante a motivar o Dudu e a pensar uma forma de trabalharmos com ele, mas não foi apenas isso. A poética das ações que desempenhamos, que é fundamental para uma peça subjetiva, foi algo que o Lu (Mallmann) idealizou", afirma a diretora.
A oportunidade para acompanhar a história, com a reunião de um elenco experiente, pode ser única. Sem contar com patrocínio, Dalí talvez não retorne como temática. "Por unir tantos artistas com nome na cena do circo, não podemos garantir quando e se vai ocorrer outra vez", afirma Heloísa. Mallmann, ao contrário, já acredita que deve haver projetos futuros que não envolvam a temática do pintor, mas com outras ideias que, talvez, possam unir novamente estes artistas em nome do circo.
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