Com leveza, o maestro coordena para que tudo flua. O mais incrível é que, sem tocar nenhum instrumento, e em ninguém, encanta a plateia, na mesma medida que deleita os músicos. Nos palcos das empresas, o maestro é o CEO; ao validar a estratégia, compromete e alinha todos em direção ao mesmo destino. Sua batuta é a estratégia, através dela energiza todos, ilumina os caminhos.
Tudo que o CEO faz se resume a uma única palavra: energia. A energia que você traz em si é a que transmite e, posteriormente, colhe.
Radha Agrawal, em 2018, publicou Belong, um guia para explorar territórios desconhecidos. O livro aponta caminhos para construção de conexões energéticas e genuínas que põem de pé comunidades de usuários da marca que nutrirão seus participantes, os quais, em troca, retribuirão preferindo a marca por valor entregue, e não por preço.
Cabe ao "maestro CEO" promover a boa música, e não barulho. Somos animais emocionais, nosso DNA é tribal. Queremos pertencer e, mais do que nunca, sentirmo-nos bem-vindos a um grupo que reconheça e valorize aquilo em que acreditamos.
Nesse turbilhão em que estamos mergulhados, vejo o mundo digital cada vez mais mecânico, enquanto o contexto é formado por pessoas carentes e inseguras. A fronteira do digital é a sua incapacidade de gerar relações de bem-estar, alegria e proximidade entre as pessoas e as marcas.
Não precisamos apenas de produtos e ofertas arrasadoras, e sim de comunidades onde sejamos parte, membros da teia, e não apenas alvo das áreas comerciais. Construir comunidades de marcas é hoje motivo de investimentos altíssimos em pesquisa cultural.
Agora, vamos mergulhar mais fundo:
1. Nível 1 - É quando se pensa em marcas cidadãs, considera-se apenas a relação marca-comunidade.
2. Nível 2 - É um passo além, é quando a marca participa e colabora na vida das pessoas daquela comunidade.
Captou a diferença? Isso tem tudo a ver com pessoas, e não clientes. Intimidade.
O desafio comum dos "maestros da indústria e do varejo" é a busca por conexão direta e calorosa com as pessoas.
1. A indústria busca a minimização dos intermediários - representantes e o próprio trade.
2. O varejo investe no aumento das experiências nos pontos físicos, indo cada vez mais para o autosserviço e omnichannel.
Na última linha, a corrida é pela sedução através da diferenciação. Operar vendas através de meios digitais deixou de ser novidade.
Quando todos seguem na mesma trilha, o resultado é a comoditização da oferta. Cabe ao CEO revisitar as formas de despertar atenção e aderência das pessoas em relação ao seu negócio nos meios digitais.
As marcas que conseguirem ir além do óbvio, racional, funcional, e construírem um estado de escuta e diálogo serão as novas líderes.