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Visão de Mercado

- Publicada em 24 de Março de 2021 às 21:13

Estratégias paralisantes

João Satt
John Boyd foi piloto na guerra da Coreia. Reconhecido pela sua genialidade e inquietude, criou a metodologia OODA (observar, orientar, decidir, agir). A história é simples, mas extremamente intrigante:
John Boyd foi piloto na guerra da Coreia. Reconhecido pela sua genialidade e inquietude, criou a metodologia OODA (observar, orientar, decidir, agir). A história é simples, mas extremamente intrigante:
  1. Os americanos pilotavam os F-86, aviões ultrapassados, que ficavam devendo muito em relação aos supertecnológicos, velozes e poderosos MIG 15 (soviéticos).
  2. Curiosamente, para cada caça americano perdido, eram abatidas 10 aeronaves soviéticas.
  3. John Boyd identificou um padrão a partir dos pontos fortes dos F-86: a) capacidade de frear; b) de realizar manobras com maior agilidade (o que gerava confusão e paralisava os inimigos); c) ampla visão, que permitia aos pilotos norte-americanos maior consciência situacional.
Acompanhe meu raciocínio. O fato é que aviões mais antigos derrubam aviões ultramodernos, em função das táticas utilizadas pelos pilotos americanos. O primeiro recado é: não fique paralisado, surpreenda seu oponente. Pelo seu brilhantismo estratégico, John Boyd, além de contribuir com a Força Aérea, foi alçado a consultor do Senado americano, além de responsável por solucionar problemas complexos para empresas transnacionais.
Agora, vem comigo, vamos mergulhar no túnel do tempo e voltar 100 anos. Estamos na 9ª Companhia do Exército Alemão, o vento frio nos faz congelar nas trincheiras perto de Binarville, no nordeste da França. Um jovem e audacioso tenente está no comando. Seu nome: Erwin Rommel.
Após avaliar a posição do exército francês e tomar consciência que sua tropa era absurdamente menor, ele escolheu o que ninguém faria: atacar de surpresa o inimigo. A velocidade com que seu exército avançou paralisou os franceses. Rommel venceu, os franceses fugiram. Assim como John Boyd, ele acreditava que, no campo de batalha, movimentos rápidos causavam desorientação, confusão, trazendo oportunidades imprevisíveis. Sun Tzu, Rommel e Boyd comprovam que estratégias militares também valem para a política e para os negócios.
A antecipação é elemento-chave. O segundo recado é: quando você realiza o ciclo OODA de maneira mais rápida, faz com que seu adversário reinicie o próprio processo, dessa forma é sua a vantagem tática.
Agora, convido vocês a pousarem no planeta Brasil; estamos nos últimos dias de março de 2021.
Conselhos de administração e acionistas são implacáveis ao cobrar dos CEOs o crescimento dos negócios. John e Rommel acreditavam que a grande derrota é psicológica, a qual nasce do pânico ao confrontarmos os concorrentes pelo inesperado. Se Rommel não tivesse ido ao encontro dos franceses, consumiria todas as suas reservas e, por fim, seria morto. A resposta não está apenas nas escolhas estratégicas que você faz, mas na forma como seus concorrentes reagirão aos seus movimentos.
Herança genética, tradições culturais, experiências passadas, capacidade de análise e síntese definem a forma como iremos interpretar as informações. O que vemos pode ser totalmente diferente daquilo que entendemos e sentimos. Para finalizar, revise tudo o que pensou até agora em relação aos movimentos estratégicos e táticos para 2021. Não esqueça: a história de cada um de nós nada mais é que a soma de infinitos loops. Quem provoca e age, com foco e determinação, sempre terá maiores oportunidades de paralisar seus concorrentes.
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