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Visão de Mercado

- Publicada em 13 de Janeiro de 2021 às 21:20

Novo cenário competitivo do varejo alimentar

João Satt Visão de Mercado Coluna Arte

João Satt Visão de Mercado Coluna Arte


/Arte JC
João Satt
A disrupção do varejo alimentar não é resultado apenas da tecnologia, mas da inovação de valor. Está apenas no início de um novo ciclo de modelos de varejos, logo teremos boas surpresas, seja nas lojas virtuais dos atacarejos, ou até nos aplicativos, oferecendo jornadas com realidade aumentada.
A disrupção do varejo alimentar não é resultado apenas da tecnologia, mas da inovação de valor. Está apenas no início de um novo ciclo de modelos de varejos, logo teremos boas surpresas, seja nas lojas virtuais dos atacarejos, ou até nos aplicativos, oferecendo jornadas com realidade aumentada.
Dois efeitos tensionam o cenário: um conjuntural, outro estrutural. A aceleração da digitalização, fruto do isolamento, provocou em 120 dias um salto de no mínimo cinco anos (fator conjuntural). Mudou nossa mentalidade, valores, cultura e comportamento de compra. A adesão aos aplicativos atingiu todos: jovens, adultos e até mesmo a "geração prateada" (55 ). No âmbito estrutural, temos três situações:

1. Atacarejos de última geração

a) Tire da cabeça a imagem de locais escuros, sujos, apertados, com mix furado de produtos.
b) Os novíssimos atacarejos estão absolutamente diferentes de tudo que você possa imaginar. Surpreendem ao oferecer: perecíveis de altíssima qualidade; seleção de cortes de carnes, variedades de peixes; ampla seleção de importados; já em termos de limpeza e higiene, atendem as donas de casa mais obsessivas.
Marcam ao entregar uma experiência de compra agradável: lojas limpas, iluminadas, ar-condicionado e uma quantidade invejável de vagas de estacionamento. Os atacarejos vão impactar os hipermercados. O motivo? Simples: oferecem um mix de A-Z, excelentes marcas, e preços de 15% a 20% mais baratos. Calcule a importância da economia mensal para as classes C e B (-).

2. Minimercados de bairro

a) Atendimento, relacionamento e proximidade facilitam a empatia permitindo enxergar as reais necessidades dos clientes.
b) Entregam variedade e qualidade a preços, em muitos casos, inferiores aos praticados nos supermercados.

3. Operações segmentadas

a) Feiras de produtos orgânicos, naturais e especiais (veganos, glúten free, sem lactose) invadiram as cidades de médio e grande porte.
b) Atendem democraticamente todas as tribos.
c) Butiques de carnes e armazéns de importados encantam as classes mais altas que não olham preço e sim buscam especiarias.
A soma dessas novas realidades modifica o tabuleiro competitivo. Todos os modelos serão desafiados a buscar um reconhecimento de valor superior junto aos potenciais clientes. O setor supermercadista convencional terá que ser reinventado para manter o volume de vendas e a margem praticada. Tradicionais redes de supermercados serão postas à prova. Responder a tantas e diferentes demandas - qualidade, profundidade, conveniência, serviços, intimidade e preços competitivos - exigirá a criação de novas e robustas propostas de valor.
Quando a competição agrega players virtuais muda o racional: não se consegue fidelizar clientes simplesmente colocando mais lojas. Os atacarejos e aplicativos terão que decifrar como tornar consideradas e fortalecidas suas marcas. Já não é suficiente posicionar-se como "o preço mais baixo", tampouco com "frete grátis". A solução estratégica para todos os diferentes modelos passa pelos 3Cs - Consciência, Coerência e Consistência. Não basta formular, tem que executar. Não basta executar, tem que encantar. Ofertas isoladas só atrairão oportunistas.
Enfim, nessa chuva de meteoros, não tem como sair ileso. Fica o alerta: não subestime o cenário, quem menos corre já está voando.
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