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Teatro

- Publicada em 06 de Agosto de 2021 às 03:00

70 anos de uma associação cultural

Antonio Hohlfeldt
Talvez pouca gente conheça, ainda, o Centro Cultural 25 de Julho, localizado no bairro Higienópolis, em Porto Alegre, mais explicitamente, na rua Germano Petersen Junior, 250. É um centro cultural, como sua denominação o indica, criado a partir do final da II Grande Guerra, para retomar as relações formais entre a Alemanha e o Brasil, estremecidas e, mesmo, rompidas, durante aquela conflagração mundial. Depois da guerra, o Brasil, como muitos outros países, a partir das comunidades de imigrantes, organizou uma ajuda de Socorro à Europa Faminta, buscando atender populações em absoluto estado de miserabilidade. No Rio Grande do Sul, foram a Igreja católica, através do jesuíta Padre Balduíno Rambo, uma das maiores sumidades científicas de nosso país, e a Igreja Luterana, através do pastor Fritz Vath, que lideraram este movimento. Em 1951, o então primeiro Presidente da República Federal da Alemanha, Theodor Heuss, dirigiu correspondência aos dois religiosos, comunicando que a ajuda não era mais necessária. E, em agradecimento, enviou dois candelabros em metal, que se tornariam símbolo da ação cultural então empreendida. Os dois líderes religiosos resolveram somar, mais uma vez, seus esforços, e criaram o Centro Cultural 25 de julho, que inspirou sua denominação na data de chegada dos primeiros colonizadores alemães em nosso estado.
Talvez pouca gente conheça, ainda, o Centro Cultural 25 de Julho, localizado no bairro Higienópolis, em Porto Alegre, mais explicitamente, na rua Germano Petersen Junior, 250. É um centro cultural, como sua denominação o indica, criado a partir do final da II Grande Guerra, para retomar as relações formais entre a Alemanha e o Brasil, estremecidas e, mesmo, rompidas, durante aquela conflagração mundial. Depois da guerra, o Brasil, como muitos outros países, a partir das comunidades de imigrantes, organizou uma ajuda de Socorro à Europa Faminta, buscando atender populações em absoluto estado de miserabilidade. No Rio Grande do Sul, foram a Igreja católica, através do jesuíta Padre Balduíno Rambo, uma das maiores sumidades científicas de nosso país, e a Igreja Luterana, através do pastor Fritz Vath, que lideraram este movimento. Em 1951, o então primeiro Presidente da República Federal da Alemanha, Theodor Heuss, dirigiu correspondência aos dois religiosos, comunicando que a ajuda não era mais necessária. E, em agradecimento, enviou dois candelabros em metal, que se tornariam símbolo da ação cultural então empreendida. Os dois líderes religiosos resolveram somar, mais uma vez, seus esforços, e criaram o Centro Cultural 25 de julho, que inspirou sua denominação na data de chegada dos primeiros colonizadores alemães em nosso estado.
O Centro Cultural está comemorando, nesta data, 70 anos de existência. Foram organizados, em sua sede social, um pioneiro coral masculino, a que se seguiu um coral jovem, misto, mais um coral infantil e um grupo de danças folclóricas alemãs. Eu me integrei a este grupo em torno de 1965 quando, liderado pelo maestro Aloisius Staub, fui levado ao conjunto, depois de ajudar a criar o Coral do Julinho, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos.
De lá para cá, o então Coral Misto do Centro Cultural 25 de Julho foi o conjunto que evidenciou maior dinamicidade, tornando-se, com o passar das décadas, no atual Expresso 25. Criado em 1964, desde 2003 é liderado pelo maestro uruguaio Pablo Trindade, que lhe deu outra dinâmica e característica.
No presente, e afim de enfrentar as crises e dificuldades que este tipo de instituição tem sofrido, vendeu parte de sua sede física, buscando criar um fundo financeiro capaz de viabilizar suas atividades. Grupos de teatro, danças folclóricas, coral masculino, o Expresso 25 e um sem número de cursos de musicalização, palestras e espetáculos variados marcam a movimentada agenda do Centro Cultural.
Pessoalmente, integro a instituição desde 1965, como cantor do coral misto. Hoje em dia, sou conselheiro da entidade. Durante anos, o Coral Misto 25 de Julho integrou as atividades dos festivais do Coros do Rio Grande do Sul, e foi a partir de um de seus integrantes que surgiu a atual Federação de Coros do Rio Grande do Sul, com sede na cidade de Nova Petrópolis.
A história é bonita: o Padre Eugênio Luft, da Igreja Nossa Sra. De Lurdes, idealizou um festival com alguns corais, de caráter beneficente. Logo recebeu apoio do prof. João de Souza Ribeiro, e com ele vieram figuras como Osvaldo Goidanich e o jornalista Paulo Fontoura Gastal, mais o então diretor do Theatro São Pedro, Dante Barone. Surgia, naquele mesmo ano de 1963, o Festival de Coros do Rio Grande do Sul, que existe até hoje. O apoio da então Cia. Jornalística Caldas Júnior, especialmente do Correio do Povo, foi fundamental para o sucesso da empreitada. Em seus anos de maior projeção, já nas décadas de 1970 e 1980, o festival recebia corais de todo o Brasil e até mesmo do exterior. O albergue dos grupos se dava em casas de retiro, colégios e associações. O Festival ocorria no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Eu cresci no Coral Misto 25 de Julho, assim como me tornei cidadão vivenciando as atividades do festival de Coros.
Ao completar 70 anos, o Centro Cultural 25 de Julho projetou sua ação muito além da cultura germânica. Hoje, é uma entidade de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul. Referência na história cultural do Estado e da cidade, não só no passado recente, quanto no presente. Poucas entidades resistem a este passar de tempo. E, sobretudo mantendo a identidade e ampliando suas atividades.
 
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