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Teatro

- Publicada em 31 de Agosto de 2018 às 01:00

O circo russo e suas atrações

Parece que continuamos no regime soviético. Tudo o que se sabe é o que vem através de um texto único, oficial, repetitivo, que diz tratar-se do Circo de Estrelas da Rússia, obviamente um título que nada diz, e que o espetáculo chamar-se-ia Fantasia, o que também não tem nada a ver com aquilo a que se assiste. São 25 artistas em palco, em espetáculo de dois atos, que nos traz um elenco jovem e que, por isso mesmo, às vezes comete erros. Mas tais erros, longe de tirarem o entusiasmo do público, mostram exatamente aquilo que é a alma do circo: trata-se de uma arte que, por mais bem ensaiada e treinada, não impede, em determinado momento, uma pequenina - minúscula - falha humana, que pode colocar em risco a integridade de um ou mais artistas. O espetáculo, apresentado no Auditório Araújo Vianna, bastante cheio para a gélida noite que fazia em Porto Alegre, entusiasmou o público. Sobretudo porque, salvo um cinto de segurança, ninguém usa rede de segurança. Isso mostra a confiança de todo o grupo em si mesmo.
Parece que continuamos no regime soviético. Tudo o que se sabe é o que vem através de um texto único, oficial, repetitivo, que diz tratar-se do Circo de Estrelas da Rússia, obviamente um título que nada diz, e que o espetáculo chamar-se-ia Fantasia, o que também não tem nada a ver com aquilo a que se assiste. São 25 artistas em palco, em espetáculo de dois atos, que nos traz um elenco jovem e que, por isso mesmo, às vezes comete erros. Mas tais erros, longe de tirarem o entusiasmo do público, mostram exatamente aquilo que é a alma do circo: trata-se de uma arte que, por mais bem ensaiada e treinada, não impede, em determinado momento, uma pequenina - minúscula - falha humana, que pode colocar em risco a integridade de um ou mais artistas. O espetáculo, apresentado no Auditório Araújo Vianna, bastante cheio para a gélida noite que fazia em Porto Alegre, entusiasmou o público. Sobretudo porque, salvo um cinto de segurança, ninguém usa rede de segurança. Isso mostra a confiança de todo o grupo em si mesmo.
A tradição circense russa tem séculos de história. Na Idade Média, era atividade para artistas mambembes que iam de cidade em cidade. No século XVIII e XIX, tornou-se arte protegida pela realeza, que passou a construir grandes teatros para seus espetáculos. Após a revolução de 1917, houve uma espécie de estatização desta arte: o governo soviético passou a protegê-la e patrociná-la, transformando-a numa espécie de arte nacional.
O espetáculo parece reunir, se não famílias socialmente formadas, grupos de artistas que constituem núcleos que desenvolvem determinado tipo de número ou apresentação. Assim, talvez as figuras mais simpáticas são de malabaristas formados por um homem adulto, um menino e uma jovem adolescente. São arrojados, simpáticos, e no contraste entre o homem adulto, quase gordo (robusto, por certo) e o menino, extremamente magro e leve, encontramos uma simbiose admirável que lhes permite apresentar as passagens que assistimos com exclamações de admiração. Depois, temos um trio formado aparentemente por irmão (dois rapazes e uma jovem), fazendo malabarismos incríveis, que guarda um pouco da arte do balé clássico russo. Não faltam aqueles que jogam bolas ou pinos, a jovem que equilibra aros na cintura e em todo o corpo, um interativo número com o palhaço, e assim por diante.
O que chama a atenção é que, sem ser absolutamente inovador, em sentido estrito, o espetáculo prima por uma proposta que sempre avança um tom àquilo que já vimos. Assim, acabamos, de fato, nos surpreendendo com aquele desafio a mais, que acaba significando a superação do artista em relação a seu semelhante, de modo a fazer avançar o desafio e a arte circense.
Com figurinos bastante coloridos e alegres, com uma trilha sonora talvez mais destoante, porque muito vinculada à música norte-americana, e com aquele rictus marcado pelo sorriso congelado que encontramos também nas bailarinas de balé, a trupe do Circo de Estrelas da Rússia mereceu aplausos e as exclamações, às vezes, de surpresa, outras de medo pelo seu espetáculo, com destaque para um número em que o equilibrista, de cabeça para baixo, encaixa uma espécie de carrinho na sua cabeça, carrinho este que desliza celeremente num trilho, levando-o até o chão, numa peripécia realmente admirável.
Se alguém esperava temperatura baixa no auditório, se enganou. Não sei o que fizeram com o espaço, mas ele estava com excelente temperatura, de tal modo que as pessoas inclusive se desfizeram de seus capotes e certamente não houve qualquer problema para os artistas que, com toda a certeza, precisam estar com seus corpos com temperaturas bem elevadas para as interpretações que apresentam. Em resumo, quem foi, com toda a certeza, gostou e se sentiu recompensado.
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