As manifestações de 7 de setembro e as novas ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) continuam repercutindo, principalmente, na classe política. A dúvida de como será o amanhã e qual as medidas a serem tomadas pelo Congresso Nacional e pelo próprio Judiciário para a preservação da democracia vem sendo tema constante na Esplanada dos Ministérios e no Parlamento.
Definir Limites
Os últimos acontecimentos estão proporcionando uma série de reuniões dentro e fora dos Poderes da República, em busca do melhor caminho para definir limites e não retroceder no avanço que o País já teve na preservação da democracia. Junta-se a isso, as ações que tentam derrubar a medida provisória de Bolsonaro que dificulta a retirada de conteúdos da internet, segundo especialistas, legislando em causa própria.
Crime de Responsabilidade
Para o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz (foto), "há claros indícios da presença de crime de responsabilidade nas ações do presidente da República, no dia 7 de setembro". Na opinião de Santa Cruz, "as manifestações de Bolsonaro avançaram um novo limite, e por isso se deve dar uma resposta".
Bolsonaro firme
Na avaliação do deputado federal gaúcho Bibo Nunes (PSL), "o 7 de setembro foi bom para mostrar que o Bolsonaro está cada vez mais firme. Quanto mais atacam, mais ele cresce". Segundo o parlamentar, "a tentativa de desestabilizar o presidente é constante".
Respondendo à OAB
Respondendo ao presidente da OAB, Bibo Nunes frisou dizendo: "Felipe Santa Cruz não tem legitimidade alguma de pleitear qualquer coisa contra o presidente, porque ele é um esquerdista declarado".
Insatisfação com o Supremo
Na opinião do deputado federal gaúcho Lucas Redecker (PSDB), "o presidente Bolsonaro, no 7 de setembro, deixou claro na sua fala uma insatisfação de parte da população brasileira com o Supremo Tribunal Federal, com as decisões, muitas vezes inconstitucionais, que o STF toma".
Prazo de mandato
"Por outro lado, Bolsonaro não traz uma solução a esse problema do Supremo", diz o parlamentar. A solução, segundo Redecker, "seria construir com a Câmara um prazo de mandato para ministros do STF, e que as indicações não fossem mais políticas, mas de dentro de um quadro do Judiciário".
Capacidade de mobilização
No momento em que o presidente bate recorde de impopularidade em meio a uma crise econômica e sanitária, desemprego, inflação, custo da cesta básica, combustíveis, entre outros, Bolsonaro ainda consegue mostrar uma tremenda capacidade de mobilização, com enorme poder de fogo, comemoram os bolsonaristas.
Base pronta para qualquer situação
O certo é que Jair Bolsonaro tem uma base pronta para segui-lo em qualquer situação. É aí que mora o perigo das manifestações do presidente, que podem trazer consequências irremediáveis ao País.