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Repórter Brasília

- Publicada em 05 de Setembro de 2021 às 22:40

Marcha sobre Roma ou tiro n'água?

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convocou atos para o 7 de setembro

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convocou atos para o 7 de setembro


Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
O Brasil acorda nesta segunda-feira (6) com a dúvida sobre o que será o amanhã: repetirá o fiasco de 16 de março de 1992, quando fracassou a mega manifestação imaginada pelo então presidente Fernando Collor, que convocou seus seguidores a saírem em massa vestindo camisas verdes e amarelas, ou o sucesso da Marcha sobre Roma, em 28 de outubro de 1922, quando o líder italiano Benito Mussolini chamou seus adeptos a marcharem sobre o Parlamento, na capital, e tomou o poder como primeiro-ministro do rei Victor Emmanuel III. Eram os "camisas negras". No Brasil, curiosamente, pois não havia similaridade ideológica, os petistas iniciaram a derrubada de Collor também vestindo camisas pretas.
O Brasil acorda nesta segunda-feira (6) com a dúvida sobre o que será o amanhã: repetirá o fiasco de 16 de março de 1992, quando fracassou a mega manifestação imaginada pelo então presidente Fernando Collor, que convocou seus seguidores a saírem em massa vestindo camisas verdes e amarelas, ou o sucesso da Marcha sobre Roma, em 28 de outubro de 1922, quando o líder italiano Benito Mussolini chamou seus adeptos a marcharem sobre o Parlamento, na capital, e tomou o poder como primeiro-ministro do rei Victor Emmanuel III. Eram os "camisas negras". No Brasil, curiosamente, pois não havia similaridade ideológica, os petistas iniciaram a derrubada de Collor também vestindo camisas pretas.
Artilheiros e o Supremo
Na Itália, o líder populista pretendia derrubar o Parlamento; no Brasil, o presidente pretende encurralar o Supremo Tribunal Federal. Collor pretendia emparedar o Congresso. Jair Bolsonaro (foto) pode estar se olhando no espelho e vendo seu camarada da Arma de Artilharia, Floriano Peixoto, que em 1893 enquadrou o Supremo com uma frase muito significativa: "Se os juízes do tribunal concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem amanhã lhes dará o habeas corpus de que, por sua vez, necessitarão". Nessa briga, a Câmara Alta havia rejeitado cinco indicações do Marechal de Ferro para o STF. Não é o primeiro arrufo de artilheiros com o Supremo.
Fraude eleitoral
Getúlio Vargas também chegou ao poder à frente de uma grande marcha popular, pois embora armada e vencedora de combates, a Revolução de 1930 rebelava-se contra a fraude eleitoral, que, naqueles tempos, era controlada pelo Parlamento. Foi daí que nasceu a Justiça Eleitoral no Brasil, uma iniciativa vitoriosa, pois não houve uma denúncia de fraude eleitoral até essa suspeita levantada pelo presidente da República sobre a segurança das urnas eletrônicas. Em matéria de cores, em 1930 houve uma coalizão no Rio Grande do Sul, e marcharam lado a lado os lenços brancos dos chimangos com os vermelhos dos maragatos.
Tudo pode acontecer
Com tanta expectativa, mais vale olhar para a História. Aparentemente os políticos estão procurando evitar o confronto aberto, marcando a manifestação tradicional do PT denominada "Grito dos Excluídos" das oposições para o Vale do Anhangabaú, em São Paulo, e a passeata "Fora Bolsonaro" em outra data. Entretanto, o temor é grande, admitindo-se que tudo pode acontecer neste 7 de setembro.
Tiro pode sair pela culatra
A verdade é que a questão chegou às ruas. Assim caíram Washington Luís, Fernando Collor e Dilma Rousseff. Chamar o povo às ruas é sempre perigo para os governantes. A princesa Isabel que o diga, pois, seus seguidores fanáticos, especialmente a Guarda Negra, foram varridos das ruas pelos republicanos de Floriano Peixoto (taxados de restauradores monárquicos, tal como logo depois os jagunços de Canudos) e mandados para colônias penais no Amapá e Amazonas. Nunca mais se soube deles. E a data da princesa está sendo banida dos calendários cívicos em nossos dias. O tiro pode sair pela culatra.
Tempestade perfeita
Uma característica dos fatos que levaram os mandatários políticos de volta às casas: perda de apoio parlamentar, oposição do empresariado e crise econômica aguda, principalmente inflação em disparada. Esta é a tempestade perfeita que alguns analistas dizem estar vendo a se formar com suas nuvens ameaçadoras pintando o horizonte. 7 de setembro pode ser um tiro n'água.
 
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