Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Repórter Brasília

- Publicada em 06 de Junho de 2021 às 20:36

Desordem militar supera CPI

Perdão ao ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello tirou o foco da CPI da Covid e levou a atenção para as Forças Armadas

Perdão ao ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello tirou o foco da CPI da Covid e levou a atenção para as Forças Armadas


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/DIVULGAÇÃO/JC
As nuvens se moveram. As tormentas que se armavam sobre a Praça dos Três Poderes deslocaram-se para a outra ponta do Eixo Monumental e foram parar em cima do Forte Apache. Como dizia o célebre político mineiro Magalhães Pinto, comparando a política às nuvens do céu, que tomam formas inesperadas conforme os ventos. O perdão ao ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, tirou o foco da CPI da Covid e levou a atenção para a anarquia militar.
As nuvens se moveram. As tormentas que se armavam sobre a Praça dos Três Poderes deslocaram-se para a outra ponta do Eixo Monumental e foram parar em cima do Forte Apache. Como dizia o célebre político mineiro Magalhães Pinto, comparando a política às nuvens do céu, que tomam formas inesperadas conforme os ventos. O perdão ao ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, tirou o foco da CPI da Covid e levou a atenção para a anarquia militar.
Saia Justa
Com essa novidade, dá para imaginar a saia justa do administrador de um fundo de investimento querendo explicar a seu "board" que o Brasil é um porto seguro para o dinheiro de seus clientes. Era o que faltava à imagem internacional do Brasil: notícias de uma quartelada, um "pronunciamento" de um general da ativa com arroubos de salvador da Pátria, incluir um golpe militar no repertório de acusações de desmandos e violações que correm o mundo, formando a imagem caricata do País e de seus governantes.
O que vale é a versão 
Não importa que a crise militar seja um exagero para o brasileiro lúcido. Para os negócios, o que aparece é a percepção na mídia. Ainda relembrando sábios mineiros, o então ministro da Fazenda de JK, José Maria Alckmin, dizia que o que vale é a versão, não o fato. Nestes tempos de fake news, está difícil separar a verdade do embuste; e o Brasil está sendo visto aos olhos do mundo como o destruidor de florestas, o predador da natureza, o difusor da pandemia e sabotador de vacinas, agora, em nova fase, o destruidor da democracia. Na mente confusa da opinião pública estrangeira, que ainda confunde que a capital do Brasil seja Buenos Aires, não seria surpresa se o presidente Jair Bolsonaro aparecesse de braços dados com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, distribuindo dinheiro a seus militares e militantes das paradas de rua, como essa de 29 de maio, no Rio de Janeiro.
Assunto da semana
Bem ao gosto da grande imprensa nacional, que alimenta e dá credibilidade à mídia internacional, a crise do general Eduardo Pazuello (foto) deve ser o assunto da semana, suplantando todos os demais temas, como a confusa tramitação das reformas na Câmara e a própria CPI da Covid, no Senado. Esperava-se para esta semana um prato novo no cardápio da comissão, com o depoimento do governador do Amazonas, Wilson Lima, que já chegaria ao pelourinho pronto e acabado, tisnado pela investigação da PF e prisão de seu secretário de Saúde. A fase cloroquina teria sido encerrada com chave de ouro com o depoimento da médica mineira Luana Araújo, aquela que foi convidada, mas não assumiu. Um título inequívoco, segundo os senadores.
Tempo fecha entre os fardados
A bagunça militar deve crescer. O general Pazuello foi acolhido pelo presidente no Palácio do Planalto, somando-se ao clube dos generais que ocupam os terceiro e quarto andares da sede do governo. O caso do ex-ministro não é simples, desde que ele insiste em se manter na ativa do Exército. Outros focos estão pipocando, como o do terceiro-sargento da 15ª BIM, Luan Freitas, que participou de uma "live" do deputado major Vitor Hugo (PSL-GO), e, mais grave, a insubordinação do recém demitido comandante da Polícia Militar de Pernambuco, coronel Vanildo Maranhão. O tempo fecha entre os fardados.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO