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Repórter Brasília

- Publicada em 23 de Maio de 2021 às 19:43

CPI: faltam números e fatos

Cpi da Covid encerrou primeira fase de depoimentos ao senadores

Cpi da Covid encerrou primeira fase de depoimentos ao senadores


PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO/JC
"Matar a cobra e mostrar o pau". Este é um ditado campeiro que pode servir para ver através da fumaça nesse pandemônio da CPI da Covid. O que é verdade e o que é mentira? Neste ponto, os senadores estão em dívida com o público, pois não obstante tenham vociferado desqualificando os depoentes, não têm apresentado números nem fatos comprovados em documentos para desmentir as testemunhas. Ou seja, dizem ter matado a cobra, mas não mostram o animal morto.
"Matar a cobra e mostrar o pau". Este é um ditado campeiro que pode servir para ver através da fumaça nesse pandemônio da CPI da Covid. O que é verdade e o que é mentira? Neste ponto, os senadores estão em dívida com o público, pois não obstante tenham vociferado desqualificando os depoentes, não têm apresentado números nem fatos comprovados em documentos para desmentir as testemunhas. Ou seja, dizem ter matado a cobra, mas não mostram o animal morto.
Relatórios discordantes
Não obstante o apoio da chamada mídia profissional (com ressalva dos jornais econômicos, entre os quais este diário, que falam com um público muito mais exigente em precisão), dando impressão de que a CPI avança para a condenação do presidente da República, isso não deve ser esperado. É límpido aos observadores que, no final, haverá dois relatórios, um da mesa, outro da minoria, absolutamente discordantes.
Processo de impeachment
Além disso, o Senado não tem entre suas atribuições abrir processo de impeachment, uma prerrogativa da Câmara dos Deputados. Até chegar lá, o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), por mais contundente que seja, terá um longo caminho: deve ser apreciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Caso a PGR concorde com as provas e demais argumentos jurídicos que configurem um crime de responsabilidade, terá de enviar ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que aceita ou não, e estabelece o tempo de tramitação, apresentando ao plenário, que deverá, por maioria qualificada, dois terços do quórum total, autorizar a abertura de um processo, que irá, depois de meses de discussão numa comissão especial do Senado, ao plenário da Câmara Alta, em sessão presidida pelo presidente do Supremo, a uma votação igualmente qualificada antes de ser declarado o resultado final. Resumo da ópera: é preciso passar muita água por debaixo da ponte Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Foco nos governadores
Com o depoimento do general Eduardo Pazuello, encerra-se a fase aguda da exposição do presidente Jair Bolsonaro como responsável direto pelas mortes da pandemia. Foi o epicentro do terremoto. A seguir, entram os governadores na sala de tortura. Ali, eles vão se encontrar com fortes candidatos às suas sucessões, a começar pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-PE), e os principais verdugos, quase todos em fim de mandato e de olho nos palácios de suas capitais de origem. Dizem que o relator, Renan Calheiros, almeja a vaga do MDB a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Semana de grandes emoções
As eloquentes intervenções, de lado a lado, governo e oposição, têm objetivo claro de produzir tesares para as páginas dos senadores nas redes sociais, como pode ser observado pela profusão de vídeos postados, sem resposta dos depoentes, para mostrar às militâncias como seu senador está batendo sem medo no presidente ou retrucando à esquerda inconformada. A CPI abriu um palanque eleitoral inalcançável pelas restrições da Justiça Eleitoral à antecipação de campanhas.
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