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Repórter Brasília

- Publicada em 10 de Maio de 2021 às 00:26

Chovendo no molhado

Candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição é o alvo da CPI da Covid

Candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição é o alvo da CPI da Covid


MARCOS CORRÊA/PR/JC
Diz o ditado que "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Lugar comum para descrever uma tática que está sendo empregada na CPI da Covid pela oposição moderada que assumiu o comando da comissão, a julgar pelos seus primeiros momentos. Vale outro ditado popular: "chovendo no molhado". Não há pressa. Nesta semana que se inicia, nenhum fato sensacional é esperado, apenas mais do mesmo, pacientemente batendo a mesma tecla: o governo foi negligente, deixando a população exposta devido à teimosia do presidente da República. A candidatura de Jair Bolsonaro (foto) é o alvo.
Diz o ditado que "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Lugar comum para descrever uma tática que está sendo empregada na CPI da Covid pela oposição moderada que assumiu o comando da comissão, a julgar pelos seus primeiros momentos. Vale outro ditado popular: "chovendo no molhado". Não há pressa. Nesta semana que se inicia, nenhum fato sensacional é esperado, apenas mais do mesmo, pacientemente batendo a mesma tecla: o governo foi negligente, deixando a população exposta devido à teimosia do presidente da República. A candidatura de Jair Bolsonaro (foto) é o alvo.
Processo de tormento
É muito claro o anticlímax criado pelos mentores da CPI: ir levando aos poucos, passo a passo, expondo fatos inexplicáveis, mas sem força para caracterizar um crime de responsabilidade, que poderia, efetivamente, botar o presidente em xeque. É isto que diferencia a comissão que se instalou do que era esperado num primeiro momento. Imaginava-se que a CPI seria dominada pela oposição radical, as alas estridentes do PT e PSOL, contudo, segue sem grandes resultados políticos. Entretanto, num golpe de mão, a oposição dita moderada tomou conta do processo e, em vez do pelourinho dos radicais anti-bolsonaristas, entraram as raposas da velha política, abrindo um processo de tormento que só deve atingir seu ápice lá na frente.
Em ritmo de cozimento
Esta interpretação baseia-se na constatação muito simples de que o ritmo de cozimento será de fogo lento, haja vista a programação de depoimentos da semana que se inicia. Só para argumentar, bastaria dizer que os depoentes escalados não têm nada a falar sobre vírus ou vacinas, intrinsecamente. O ex-chanceler Ernesto Araújo e o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajgarten certamente não sabem nem aplicar uma injeção. Então, o que têm a dizer sobre vacinas e política sanitária, senão explicar frases soltas e óbvias que disseram aqui e ali quando estavam no governo ou, pior ainda, depois que foram defenestrados? Só pode ser um movimento muito bem engendrado por quem sabe como levar um caso em frente.
Faltam votos para impeachment
A verdade política deste momento é que o presidente e seu governo não têm nada a responder criminalmente, a não ser acusações parciais de incompetência ou discordância com opiniões correntes, como a da maior parte da comunidade científica, mas que tampouco é unânime. Há muita gente, inclusive profissionais do ramo médico, pelo mundo afora, defendendo tratamentos precoces e diferentes remédios. Tampouco se pode dizer que o governo não importou vacinas, que é a acusação mais contundente. Com isso não se cria um crime de responsabilidade. Além disso, politicamente, não há número para abrir um processo de impeachment, que seria, de fato, o perigo iminente.
Campanha eleitoral
Portanto, como era previsto, a comissão vai desaguar na campanha eleitoral que se inicia. O tal centro, integrado pelos partidos dos comandantes da CPI, senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), está procurando espaço para se colocar no cenário, atualmente já polarizado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido). O sonho de consumo dessa terceira via é tirar o capitão da frente e enfrentar o metalúrgico de São Paulo. Água mole em pedra dura, repita-se.
 
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