Brasil e Uruguai pressionam Argentina para redução da Tarifa Externa Comum (TEC) e possibilidade de negociar acordos comerciais sem depender do Mercosul. A proposta criou uma enorme polêmica entre autoridades argentinas e brasileiras, na última reunião do bloco. Sem acordo inicial, a proposta será estudada pelos países membros e novamente debatida na próxima reunião presencial, em maio, em Buenos Aires.
Novo debate na Argentina
A reunião do Mercosul terminou com bate-boca virtual entre Paulo Guedes e Martin Guzmán. O brasileiro disse que "mão invisível do mercado" reativaria economias, como aconteceu no continente asiático no pós-guerra. "É invisível porque não existe", ouviu em resposta.
Alternativa imediata
Enquanto não se aprova o Acordo de Livre Comércio com a União Europeia e com o EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça), a proposta apoiada pelo Brasil seria uma alternativa imediata.
Momentos tensos
O encontro teve vários momentos tensos. O presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, afirmou que "o seu país não pode esperar 20 anos para assinar acordos". Em resposta, o chefe de Estado argentino, Alberto Fernández, disse que "o Mercosul não deve ser um peso para ninguém, e quem não está contente pode tomar outro rumo".
Quanto menos taxas melhor
Na opinião do presidente da Comissão do Desenvolvimento Regional do Parlasul, deputado federal gaúcho Carlos Gomes (Republicanos, foto), "quanto mais redução da taxa de importação, melhor para o desenvolvimento, pois consegue se buscar mais aquisições, tecnologias, e movimenta mais o mercado".
Ponto de vista equivocado
O parlamentar destaca que "a Argentina não está num momento muito bom economicamente para poder abrir mão, mas é um ponto de vista equivocado". O deputado Carlos Gomes assinala que, "às vezes, você acha que abrir mão de um percentual de taxa de importação vai ter um impacto negativo, mas pode ser positivo, pode abrir demandas reprimidas ocasionadas pelas barreiras das taxas de importação".