Além da CPI do Covid-19, que tira o sono de muitos governistas, o presidente Jair Bolsonaro corre o risco de perder a base do governo no Congresso, ou o ministro do orçamento Paulo Guedes, por causa da queda de braço pelo Orçamento; um imbróglio de difícil solução. Após ouvir um alerta vermelho de Arthur Lira (PP/AL), que o parlamento não aceita vetos à proposta orçamentária; e do ministro da Economia que, se o texto for sancionado como está, abandonará o cargo, o presidente tenta buscar um meio-termo, difícil de encontrar.
Reunião tensa no Planalto
Em reunião tensa no Palácio do Planalto, no início semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), alertou o presidente Jair Bolsonaro que o governo perderá a base de apoio, caso vete o projeto e não conseguirá mais aprovar nenhuma matéria no Congresso, incluindo as reformas administrativa e tributária. Com o argumento de que Bolsonaro pode cometer crime de responsabilidade, que poderia acabar desembocando num processo de impeachment, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender o veto.
Queda de braço com o Centrão
O deputado Giovani Feltes (MDB/RS) avalia que o problema do Orçamento é também uma queda de braço entre o Centrão e o Governo Federal. O parlamentar destaca que "a situação é difícil de resolver, mas o fato é que isso vem retardando aquilo que já tem que se projetar para o ano que vem. Ao mesmo tempo, projetos importantes que envolvem a Covid, a recuperação econômica, financiamentos que foram concedidos o ano passado e esse ano, deveriam ser concedidos igualmente para que se pudesse ultrapassar esse período mais agudo da pandemia do Covid, estão parados". Giovani Feltes chama atenção para o fato de que "há uma data limite que é dia 22 de abril para que se manifeste, ou veta ou sanciona". Parlamentares comentam que, "às vezes, dá impressão que bolsonaristas já estão com saudades de Rodrigo Maia (DEM/RJ)", ex-presidente da Câmara.
TCU absolve Dilma
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou com ressalvas, nesta quarta-feira (13), as contas de ex-membros do Conselho de Administração da Petrobrás, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-ministro Antonio Palocci. Com a decisão, o tribunal isentou a petista de responsabilidade por fraudes detectadas na compra da refinaria de Pasadena (EUA), em 2006; quando ela presidia o Conselho. A aquisição foi investigada pela Lava Jato, que comprovou o recebimento de propinas por parte de ex-diretores, mas a ex-presidente não chegou a ser processada na Justiça Federal.
Criminalização da política
Para o deputado Paulo Pimenta (PT/RS), "isso é mais uma demonstração de um processo que o país viveu, de judicialização e criminalização da política, onde para justificar a necessidade de uma ruptura institucional. Dilma Rousseff foi condenada sem que nunca tivesse sido julgada. No momento em que o Tribunal analisou, concluiu que na realidade ela é inocente. Portanto, ela foi vítima de uma grande injustiça".