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Repórter Brasília

- Publicada em 30 de Março de 2021 às 21:11

Mudança de rumos no governo

Comandante do Exército, o gaúcho Edson Pujol foi um dos que romperam com o governo Bolsonaro

Comandante do Exército, o gaúcho Edson Pujol foi um dos que romperam com o governo Bolsonaro


SERGIO LIMA/AFP/JC
Depois do alinhamento dos empresários e lideranças políticas para defender uma intervenção nos rumos do governo, militares também se unem com o Judiciário e o Legislativo para dizer não a algumas das decisões, cobrando nova postura do presidente Jair Bolsonaro. Com o "tsunami" que começa a se formar, o presidente da República foi rápido no gatilho. Fez uma mudança em seis ministérios num só dia.
Depois do alinhamento dos empresários e lideranças políticas para defender uma intervenção nos rumos do governo, militares também se unem com o Judiciário e o Legislativo para dizer não a algumas das decisões, cobrando nova postura do presidente Jair Bolsonaro. Com o "tsunami" que começa a se formar, o presidente da República foi rápido no gatilho. Fez uma mudança em seis ministérios num só dia.

Militares não se enquadram

Entre as mudanças que aconteceram neste início de semana na Esplanada dos Ministérios, provocadas pela pressão de lideranças de todas as áreas, e efetuadas de forma relâmpago pelo presidente da República, a que mais chama atenção é a sumária demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que foi interpretada por integrantes das Forças Armadas como uma tentativa de Jair Bolsonaro enquadrar os militares. Mas Azevedo não segue a cartilha da submissão. Para o agora ex-ministro, "a lealdade das Forças Armadas não é com o governo, é com o Brasil".

Mudança dos ministros militares

Os militares querem preservar as Forças Armadas dos delírios ideológicos e ameaças golpistas que cada vez mais estão afundando o Brasil no cenário internacional. Após o anúncio da saída de Azevedo, o Comandante do Exército, o gaúcho Edson Pujol, por meio de uma nota, anunciava reunião para tratar da saída dos comandantes das Forças Armadas. Deixaram os cargos: Edson Leal Pujol, do Exército; Ilques Barbosa, da Marinha; e Antônio Carlos Bermudez, da Aeronáutica.

Não vai ter 64 de novo

Na avaliação do deputado federal gaúcho Pompeo de Mattos (PDT), "a impressão é que Bolsonaro meteu a mão e perdeu a mão". Segundo o parlamentar, o presidente tentou fazer "um intervencionismo nas Forças Armadas para que se submetessem aos exageros dele". E acrescentou: "Não vai ter 64 de novo. Esse filme nós vimos, e o povo e os próprios quartéis sabem que não vale a pena ver de novo", enfatizou Pompeo de Mattos. "As Forças Armadas, como diz a Constituição, são órgãos de Estado e não de governo. Elas servem ao governo, mas são órgãos de Estado. Os militares têm a consciência do papel deles", destaca o parlamentar.

Queda de braço

Segundo Pompeo de Mattos, "Bolsonaro entrou numa queda de braço e vai perder, porque os militares estão com base na Constituição. Bolsonaro conhece os militares, mas está atropelando a tropa por uma questão política. Ele quer inserir política nos quartéis". Na opinião do deputado, "o presidente ficou muito contrariado porque ele queria o estado de sítio, para ter mais poder. Ele não iria encontrar respaldo na política para isso, mas já não encontrou respaldo nos militares".
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