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Repórter Brasília

- Publicada em 28 de Fevereiro de 2021 às 21:30

Ameaça do Conselho da Petrobras

Nem mesmo tsunamis da Lava Jato fizeram estrago tão grande quanto as palavras ao vento jogada pelo presidente Jair Bolsonaro

Nem mesmo tsunamis da Lava Jato fizeram estrago tão grande quanto as palavras ao vento jogada pelo presidente Jair Bolsonaro


EVARISTO SA / AFP/ JC
Manda quem pode, diz-se no Planalto Central; mas nem sempre, pondera-se nas bolsas, aqui no Brasil e no exterior. Desde sexta-feira, repercute a declaração de um conselheiro da Petrobras dizendo que o colegiado poderá, à luz da nova lei das estatais, recusar o nome indicado pelo presidente da República para o cargo de presidente da empresa. Nunca antes isto ocorreu. Entretanto, o simples boato serve para gerar inquietações nos mercados e abalar ainda mais a credibilidade (e o valor) da gigantesca corporação. Basta que o resultado não seja unânime. No mundo das finanças, isto é relevante.
Manda quem pode, diz-se no Planalto Central; mas nem sempre, pondera-se nas bolsas, aqui no Brasil e no exterior. Desde sexta-feira, repercute a declaração de um conselheiro da Petrobras dizendo que o colegiado poderá, à luz da nova lei das estatais, recusar o nome indicado pelo presidente da República para o cargo de presidente da empresa. Nunca antes isto ocorreu. Entretanto, o simples boato serve para gerar inquietações nos mercados e abalar ainda mais a credibilidade (e o valor) da gigantesca corporação. Basta que o resultado não seja unânime. No mundo das finanças, isto é relevante.
Estreia ruim da Petrobras
A Petrobras estreia mal no espaço restritíssimo dos grandes produtores de petróleo. Semana passada a estatal brasileira deu seu primeiro passo em falso e sentiu logo o peso (e o preço) da mistura de alhos com bugalhos, quando representante do acionista majoritário, o estado brasileiro, usou o poder de sua caneta para fazer uma bravata, ao demitir estrondosamente o presidente da empresa, para fazer bonito diante da comunidade dos caminhoneiros, seus aliados nos idos de 2018.
Nem sempre manda quem pode
Bastou posar de mandão para derrubar a empresa nos mercados mundiais, expondo a petroleira ao seu pior momento desde sua criação há 68 anos. Nem mesmo tsunamis da Lava Jato fizeram estrago tão grande quanto as palavras ao vento jogada pelo presidente Jair Bolsonaro (foto). O capitão está aprendendo sob látego que no mundo dos negócios nem sempre manda quem pode. Este é o caso. A empresa pagará por anos pelo destempero do chefe da nação.
O País mudou, presidente
Ele não percebeu que a Petrobras e o Brasil não são mais os mesmos dos tempos da dependência de petróleo do estrangeiro. O País mudou de importador para exportador no mercado internacional. A Petrobras deixou de ser uma marca poética para entrar no campeonato dos grandes produtores mundiais. A empresa emblemática dos idos do "Petróleo é Nosso", lema surrealista num país que não tinha petróleo para dar e vender, ficou no passado romântico das histórias das lutas populares, marca da lenda do nacionalismo de Getúlio Vargas. A nova "oitava irmã", como se jactava a nossa orgulhosa estatal, pisou na casca de banana e, em curto prazo, jogou sua imagem na lama, primeiro com o envolvimento nas maracutaias dos governantes/controladores, agora com a pecha de empresa instável e irresponsável, num mercado competitivo e muito rigoroso. O preço é alto. O pessoal da rua Chile, no Rio de Janeiro, terá que rebolar para voltar à posição de credibilidade que gozava até há pouco.
Importância da credibilidade
O nome limpo é indispensável a quem quiser operar nesse mercado tão peculiar e sensível. É bom lembrar que os países produtores, do Oriente Médio, nos anos 1970, quando deicidiram tomar para si suas reservas e ditar as políticas de preços e abastecimento, fizeram um grande investimento em credibilidade. O governo brasileiro precisa atentar para isto e conter sua língua, quando falar de Petrobras, pois esse é um jogo muito sério, que não pode servir para bazófias e populismos. O País precisa da Petrobras para sua estabilidade política e econômica. É importante zelar por sua imagem. O petróleo hoje em dia é uma das principais riquezas do Brasil.
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