A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul exibia na sala da presidência, em local de destaque, um quadro a óleo do ex-governador e ex-presidente da República Getúlio Vargas, uma homenagem ao gaúcho ilustre. O quadro
foi substituído por obras sobre a Revolução Farroupilha há alguns meses. A informação revelada pelo repórter Marcus Meneghetti repercutiu em Brasília. Deputados protestaram, pediram a revisão da medida e respeito e reconhecimento ao gaúcho que ajudou a construir a história do Brasil.
Querem apagar a história
Na avaliação do deputado federal gaúcho Pompeo de Mattos (PDT), "é como alguém querer apagar a história; não conseguem, porque Getúlio está na memória, na história, num passado de glória e na esperança de vitória do povo brasileiro, do povo trabalhador". O parlamentar acentua que "não tem um Estado do Brasil que não tenha o nome de uma rua, uma escola, às vezes de uma praça, quando não o nome da própria cidade, pelo tamanho e a influência daquele que, por mais tempo e melhor presidiu o País".
Direito dos trabalhadores
O deputado destacou "o direito dos trabalhadores e a infraestrutura do País, é tudo devido ao Getúlio. Então, é impressionante, o que me surpreendeu é que fizeram isso no seu Estado." Agora, acentuou Pompeo, "só tem um jeito de reparar o mal feito: é repor o quadro no local. Getúlio é considerado herói da pátria, votado no Congresso Nacional. O primeiro gaúcho herói da pátria. Qual a razão de uma atitude como essa?"
Retrato de volta
"Getúlio foi aquele que defendeu o patrimônio nacional, estimulou o fortalecimento da política", afirmou o deputado federal gaúcho Afonso Motta (PDT). Getúlio "viveu um período de exceção, mas com toda a sua trajetória, abriu espaço para a indústria nacional. Foi um estadista, um homem de visão, com reconhecimento internacional. Realmente, um despropósito. Seria de justiça a volta do quadro a seu espaço de destaque na Assembleia".
Respeito à história
Para o coordenador da bancada gaúcha no Congresso, Giovani Cherini (PL), "é uma coisa que, aparentemente, parece tão pequena neste momento, mas a história do Rio Grande do Sul não merece que se trate desta forma". O deputado lamenta: "as pessoas que fazem esse tipo de papel esquecem que chegaram até onde chegaram porque alguém os trouxe, porque alguém construiu o caminho". Defende que "a história não seja apagada e nem colocada na gaveta".
Divergências ideológicas
Para o senador gaúcho Lasier Martins (Podemos), "divergências ideológicas não tiram o mérito dos grandes personagens da República". Ele também defende que "deve se repor o quadro do Getúlio onde estava''. Getúlio foi deputado, governador e presidente da República. Isso deve ser respeitado, conclui Lasier.