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- Publicada em 01 de Fevereiro de 2021 às 18:14

Responsabilidade do Congresso

Britto comenta funcionamento do Congresso e disputa por verbas

Britto comenta funcionamento do Congresso e disputa por verbas


NELSON TOLEDO/DIVULGAÇÃO/JC
A população brasileira acompanha de perto as sessões do Senado e da Câmara dos Deputados para a escolha dos novos presidentes nesta segunda-feira (1º). Com a imunização da Covid-19, e importantes reformas que devem ser feitas, um novo equacionamento das contas públicas, o Congresso Nacional, com os novos presidentes do Parlamento, tem a responsabilidade de enfrentar com determinação os problemas e entraves nacionais. Tem que mostrar ser um Poder Legislativo que exerça, sem hesitação, o seu dever constitucional de fiscalização e controle do Executivo.
A população brasileira acompanha de perto as sessões do Senado e da Câmara dos Deputados para a escolha dos novos presidentes nesta segunda-feira (1º). Com a imunização da Covid-19, e importantes reformas que devem ser feitas, um novo equacionamento das contas públicas, o Congresso Nacional, com os novos presidentes do Parlamento, tem a responsabilidade de enfrentar com determinação os problemas e entraves nacionais. Tem que mostrar ser um Poder Legislativo que exerça, sem hesitação, o seu dever constitucional de fiscalização e controle do Executivo.
O ex-governador do Rio Grande do Sul, ex-deputado federal e ex-ministro, Antonio Britto (hoje sem partido), profundo conhecedor dos caminhos da tortuosa Esplanada dos Ministérios, e dos corredores do Congresso, avaliou com propriedade, antes das votações, nesta segunda-feira, as eleições do Legislativo e a interferência do Palácio do Planalto.
Brito falou do processo eleitoral no comando do Legislativo e as interferências do Executivo, como “quase uma questão de sobrevivência dos parlamentares, que os leva a disputar cargos, e a disputar verbas e emendas”.

Transformação em mercado

O Executivo, por sua vez, destaca Britto, “buscando apoio dentro do Congresso, pensando muito na ameaça de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, na fragilidade dos partidos, na crise política que o País vive; tudo isso, é triste a expressão, mas transforma o Congresso num mercado.”

Dissociação das questões do País

Na opinião do ex-governador gaúcho, “os presidentes da Câmara e do Senado, procuram preservar os espaços políticos, manter a liderança dentro do Congresso, mas o que a gente nota, de fora, é que, infelizmente, há uma dissociação entre as disputas e as questões fundamentais do País”. Para Britto, "a escolha, hoje, do presidente do Senado, e do presidente da Câmara, tem pouco a ver com as questões que interessam ao País. O que parece é que está muito mais em jogo, neste momento, nesta disputa, é o que interessa ao governo. Tanto que o presidente da República claramente sai a apoiar nomes, vê nas disputas uma chance de se preservar do impeachment. Há uma dissociação”.

Sistema partidário

“Estamos vendo uma deterioração do sistema partidário. É inconcebível”, pontua o ex-governador, acrescentando que “se você é hoje lançado candidato pelo seu partido, corre o risco de ser traído pelo próprio partido, minutos depois. É muito preocupante isso, porque revela quase inutilidade de uma conquista dentro do seu próprio partido.” Questionado sobre como sair de um cenário tão ruim, entre as disputas políticas e, de fato, os assuntos que interessam ao país, Britto disse, a Milton Jung, na CBN, que é pessimista nisso.
 

Socorro a empregos e empresas

Na visão do ex-governador, “o Brasil real, é um Brasil que está preocupado com duas coisas fundamentalmente: a vacinação, e uma saída para que os governos encontrem recursos para socorrer empregos e empresas”. Antonio Brito acentuou que “nada disso vai mudar muito com a eleição, seja de um, de outro ou de outra, candidata. A pauta do País está totalmente desconectada da pauta da eleição no Congresso”.

Pagar o preço

A partir de agora, após as promessas do governo para garantir a eleição do comando do Legislativo, o Brasil vai ter que pagar o preço disso, das exigências que o Centrão vai fazer, que já estão publicadas na imprensa. Com a chancela do Palácio do Planalto, aumentou muito o poder do bloco chamado Centrão. A partir de terça-feira (2), o governo vai ter que sentar e desenvolver ampla negociação para entregar cargos, liberar emendas e começar a trabalhar numa reforma ministerial, para cumprir as promessas, apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter anunciado que não haveria mais ministérios. O Centrão de Arthur Lira (PP-AL), caso o candidato do Palácio do Planalto vença o pleito, sairá fortalecido e terá um poder de fogo ainda maior no Parlamento, buscando pavimentar a estrada para uma reeleição, em 2022.