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Repórter Brasília

- Publicada em 31 de Janeiro de 2021 às 21:22

A volta aos velhos tempos

Joe Biden inclui a preservação da Amazônia no seu programa de governo

Joe Biden inclui a preservação da Amazônia no seu programa de governo


Patrick Semansky / POOL / AFP/JC
Hoje é o dia em que o presidente Jair Bolsonaro entra em palco no cenário político-parlamentar. Neste 1º de fevereiro, ele tem um candidato explícito a presidente da Câmara dos Deputados e um enorme pacote de compromissos políticos com partidos, correntes ideológicas e, até mesmo, com parlamentares singulares, formadores de opinião. Bolsonaro estará dando o passo que o inclui na política tradicional. Com esse significado, o plenário irá à urna para escolher (melhor dizendo ratificar) uma das candidaturas. É Brasília voltando aos velhos tempos: Congresso aberto e diplomacia agitada.
Hoje é o dia em que o presidente Jair Bolsonaro entra em palco no cenário político-parlamentar. Neste 1º de fevereiro, ele tem um candidato explícito a presidente da Câmara dos Deputados e um enorme pacote de compromissos políticos com partidos, correntes ideológicas e, até mesmo, com parlamentares singulares, formadores de opinião. Bolsonaro estará dando o passo que o inclui na política tradicional. Com esse significado, o plenário irá à urna para escolher (melhor dizendo ratificar) uma das candidaturas. É Brasília voltando aos velhos tempos: Congresso aberto e diplomacia agitada.
Grande acordo político
Nenhuma das duas candidaturas é governo, mas cada qual com sua aproximação diferenciada. O grupo do Centrão, reunido em torno de Arthur Lira (PP-AL), firmou compromissos diretos e explícitos com os delegados do chefe do governo, o general Luiz Eduardo Ramos, em particular, que vai de liberação de verbas orçamentárias (portanto abaixo do teto de gastos e longe dos pedais da bicicleta) até cargos no governo, de ministério para baixo. Um grande acordo político. Os desconfiados duvidam que toda a encomenda seja entregue. Isto, contudo, é futuro. Hoje será só festa.
A menos que... 
A menos que haja uma surpresa na boca da urna, como ocorreu no início da legislatura, no Senado Federal, quando o atual presidente, David Alcolumbre (DEM-AP), destronou o cacique nordestino Renan Calheiros (MDB-AL), dado até o primeiro momento como imbatível. Não foi o que se viu, mas sim um fiasco do voto a mais (falso) e das manobras para melar a votação.
Candidato dos caciques
Algo assim ainda pode ocorrer e, quando se abrir a urna, o nome será o do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de todos os caciques (Lula, Temer, FHC - menos dos herdeiros de ACM, que já pularam para dentro do barco do capitão). Será uma segunda-feira muito movimentada, com Brasília voltando aos seus velhos momentos, cara a cara, depois de um ano diante de notebooks. Uma reunião com tantos personagens poderá ser uma "festa" para o novo vírus amazônico.
Agenda de conflitos
Fora da área política pura, que são os embates congressuais, o presidente Bolsonaro terá mais um dia de cobranças em suas agendas de conflitos, que não são poucas. Uma muito grave vem de Washington, quando o presidente Joe Biden (foto), dos Estados Unidos, inclui a preservação da Amazônia no seu programa de governo. Não obstante clima no planeta e reservas naturais possam ser assuntos de interesse mundial, o chefe do executivo norte-americano esqueceu-se que a Amazônia a que ele se refere fica em território brasileiro. Com essa omissão em seu discurso, pode criar uma escalada no problema diplomático do chanceler Ernesto Araújo. Dizia o jogador Garrincha: "combinou com os russos?"
Ciência versus ideologia
Internamente, o assunto continua sendo a vacina chinesa de João Doria (PSDB), governador de São Paulo, como se lhe atribui no entorno do presidente. Assunto surrealista, mas que não deveria arrepiar os gaúchos. Oficial de artilharia como o ex-presidente Floriano Peixoto, Jair Bolsonaro é herdeiro ideológico do positivismo que dominou no Rio Grande do Sul de 1892 a 1930, onde o debate mais inflamado era a questão da vacina, no governo de Júlio de Castilhos, justamente contestando o cientificismo da Faculdade de Medicina. Protásio Alves viveu na saia justa. Ciência versus ideologia negativista. Não há nada de novo.
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