Com a previsão de que o Brasil produza mais de 600 mil toneladas de tabaco em 2021, produtores comemoram o resultado da safra. O clima ajudou, e as perdas não chegaram a 5%. Em 2020, passaram de 40%. Os deputados federais gaúchos Heitor Schuch (PSB) e Marcelo Moraes (PTB) avaliaram para a coluna Repórter Brasília, a situação da safra de tabaco para 2021. Schuch afirmou que tem 30 e poucos anos de negociação no preço do fumo. Disse que "essa é uma arte difícil, se repete a cada ano, tem quesitos importantes de custo de produção variáveis, fixos; tem a questão do câmbio, tem o tema econômico, tem a questão das campanhas antitabagistas, mas também tem as novas tecnologias que (...), tipo o cigarro eletrônico, não é liberado, mas ele já tem uma fatia de mercado". Segundo o parlamentar, "para o agricultor estar satisfeito, normalmente precisa três coisas: qualidade do tabaco, produtividade e preço."
Safra satisfatória
Marcelo Moraes dividiu a avaliação da fumicultura em duas partes: primeiro a produtividade e, segundo, a lucratividade. "Até agora ela é uma safra satisfatória." O parlamentar revelou alguns números para traduzir a afirmação. "Na safra passada, tínhamos 73 mil produtores no Estado. Neste ano, temos 71 mil produtores. Ou seja, perdemos 2 mil produtores no Rio Grande do Sul, mas a produção aumentou", diz.
Área plantada
Moraes argumenta que "na última safra a área plantada era em torno de 127 mil hectares, já em 2021, acentua o congressista, vamos ter em torno de 122,9 mil, quase 123 mil hectares plantados. Ou seja, diminuiu o número de produtores e diminuiu o número de hectares plantados. Porém, a nossa produção vai aumentar em quase 10%".
Qualidade e produtividade
Na opinião de Heitor Schuch, "qualidade e produtividade me parecem que foram alcançadas, com alguns senões no final de safra por causa do excesso de calor". Afirmou que, "na região de Camaquã, talvez o agricultor tenha algum prejuízo pela ausência da chuva". Disse que poderão haver prejuízos também no chamado fumo do tarde. "Vamos ter uma quebra mais localizada, mas muito diferente do que foi no ano anterior. Agora não adianta ter um galpão cheio de fumo bom, bonito, de qualidade, se não tem um preço que é compatível". A negociação do preço, enfatiza o parlamentar, "é talvez a tarefa mais difícil, porque é feita pela representação dos produtores, dos 13 estados com as indústrias de forma individual."
Empresas e produtores
Hoje e amanhã, está marcada mais uma rodada de negociações com as empresas. "Se nesse quesito as empresas conseguirem efetivamente pagar um pouco mais na proposta que a representação dos produtores fizer, certamente, o agricultor terá uma safra normal, nos três quesitos: qualidade, produtividade e preço. Torçamos para que se entendam, a negociação flua bem, e o resultado seja bom para o produtor", afirmou Schuch.