O governo do Rio Grande do Sul prepara novo plano de recuperação fiscal. O secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, disse, em
entrevista ao repórter Marcus Meneghetti, do
Jornal do Comércio, que os técnicos estão trabalhando na reformulação da proposta desde o início do ano e devem se dedicar ao tema no primeiro trimestre de 2021. Depois, o plano será encaminhado para Brasília onde passará pela análise dos técnicos do Tesouro Nacional.
Análise da bancada
Antes disso, a expectativa dos parlamentares é que a bancada gaúcha prepare sua defesa efetiva ou faça suas críticas, "para que a gente entre em campo, com vontade de defender um tema tão necessário para o Rio Grande", acentua o deputado federal gaúcho Jerônimo Goergen (PP), que votou contra a proposta anterior apresentada pelo governo gaúcho, ainda na administração de José Ivo Sartori (MDB), quando era presidente Michel Temer (MDB).
Empurrar com a barriga
Para Jerônimo Goergen, o plano anterior era "um simples empurrar com a barriga". Segundo o deputado, "você não precisava pagar o que estava pendente, por uma decisão do STF e assumia uma dívida muito maior".
Cálculo da dívida
O congressista destacou que, "mesmo nesse novo modelo, continuo achando errado o fato de não se ter o cálculo dessa dívida. Penso que boa parte dela, ou quase toda, já foi paga". Na avaliação do parlamentar, de qualquer forma, "o perigoso é que vamos reconhecer uma dívida, sem discuti-la. Já pagamos, por muito tempo e não vamos fazer uma revisão dela. Esse é o ponto que acho mais complicado e errado. Votei contra da outra vez, mas acho que se não há outra saída, é preciso negociar da forma possível e esse modelo me parece ser o melhor".
Ouvir a bancada
Na opinião de Gorgen, o governador precisa discutir ações com a bancada. Segundo o congressista, "Sartori falhou nisso, procurou pouco a bancada. O Eduardo não procurou nada." O congressista enfatiza que "mais que a proposta técnica a ser apresentada para o governo, "é preciso ouvir a bancada gaúcha para que a gente possa fazer uma defesa efetiva. Espero realmente, que antes dele entregar o plano para o governo, ouça e escute a bancada para que nós tenhamos condições de opinar e, se forem ideias boas, serem aceitas e, se forem ruins, serem contrapostas pelos técnicos".
Problemas mais agudos
"Antes me parecia que a coisa estava mais programada para atender às necessidades do estado do Rio de Janeiro", afirmou o secretário da Fazenda no governo Sartori, deputado Giovani Feltes (MDB), acentuando que os problemas do Rio Grande do Sul, especialmente envolvendo as questões com a Previdência "são até mais agudos do que as do Rio". O parlamentar observa que o Rio não conseguiu cumprir as metas.