A presidente do PSDB Mulher, Yeda Crusius, fez para a coluna Repórter Brasília um balanço de 2020 e a expectativa para 2021. Na opinião da ex-governadora gaúcha, "neste ano vivenciamos uma coisa rara de acontecer, quando o universo inteiro foi levado a falar da mesma coisa, a pensar nas mesmas coisas, se surpreender com as mesmas coisas". Yeda criticou o governo Jair Bolsonaro pela falta de planejamento. Destacou que as instituições foram colocadas em xeque. Disse que, para 2022, o candidato deverá ser de centro. Defendeu uma mulher no Palácio do Planalto no próximo governo.
A cara da morte
Para a líder tucana, "2020 foi realmente um ano que causou, um ano que se fez acontecer. Apresentou a cara da morte para todo mundo, e alguns viraram de costas. São os negacionistas. Já os outros encaram a morte. Está lá, acontece em todo lugar, em todo o canto, foi um ano que se deixou marcar por uma coisa muito mais forte que a pessoa, que o ser humano; e de certa maneira, de todas as organizações".
Instituições em xeque
Na avaliação de Yeda Crusius, "as instituições, em todo mundo, se viram em xeque. E todos começaram a se questionar: 'Agora, eu avanço, eu sou autoritário, a vacina vai ser obrigatória? Deixo a vacina? Não deixo?' Foi um ano que espero que ele consiga ser percebido. Ensinar ele quer ensinar, aprende quem quer aprender. O processo é de ensino e de aprendizagem".
Muita gente aprendeu
No entendimento de Yeda, "muita gente aprendeu. Tanto é que se vê a produção de livros novos, novos lançamentos; mesmo que seja de forma virtual. Todos pensando em se comunicar pelo modo virtual". Segundo ela, "todo mundo teve que aprender a tecnologia, alguns aprenderam, outros não. É a comunicação da tecnologia virtual substituindo o que fazíamos antes, pelo modo tradicional. Isso vai deixar consequência. Quais? Nós temos que ver". Para a ex-governadora, "2020 mostrou a pequenez do ser humano; em muitos casos, a pequenez das organizações sociais".
Avaliação do governo Bolsonaro
Na opinião da ex-governadora e ex-ministra do Planejamento, Yeda Crusius, "o presidente Jair Bolsonaro se elegeu no ano da facada". Na avaliação de Yeda, "não se esperava muita coisa, pois nem ele se propôs. Bolsonaro não tinha um planejamento, um objetivo, não tinha metas a alcançar. Ele nunca prometeu isso".
Ano da facada e do vírus
Na opinião da tucana, "se foi o ano da facada, também foi o ano do vírus. Aí, o governo Bolsonaro mostrou a cara completamente. Se antes, antecedia o que era o governo Bolsonaro, consulta a pessoas envolvidas, estudiosos, políticos, empregados do governo, prefeitos, se antes era uma camada pequena, agora se percebeu o que sai disso. Um governo baseado num mito que nasceu sabe se lá por quê? Mas foi um mito."
Um governo de cópia
Na análise da líder tucana, "na onda lá do Vladimir Putin, que é, na verdade, o redentor da Eurásia, é tudo junto: governo, economia e religião. Foi assim que Putin se fez; a religião eu escolho, e o governo não tem que dar explicações para ninguém e nem tem responsabilidade perante a ética, perante o construir. Aqui a sociedade não aceita isso, como a sociedade norte-americana não aceitou (Donald) Trump".