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Repórter Brasília

- Publicada em 20 de Dezembro de 2020 às 20:34

Reeleição é pano de fundo

Deputado Rodrigo Maia, que emergiu como grande compositor de consensos, pode ser o tutor da futura presidência da casa

Deputado Rodrigo Maia, que emergiu como grande compositor de consensos, pode ser o tutor da futura presidência da casa


MARYANNA OLIVEIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
A eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, para os dois anos finais do governo Jair Bolsonaro, será o assunto da semana nas micro-ondas dos canais virtuais que ligam os plenários a Brasília. Prato cheio para hackers bisbilhoteiros. Enquanto os partidos e seus chefões se movimentam às claras, formando blocos e contando bancadas, nas sombras essas mesmas lideranças atuam para minar forças adversárias ou chamar votos avulsos de parlamentares indisciplinados, para se usar palavras amenas. No duro, há um corre-corre atrás de vantagens de posições, da compra de traições. Até 15 de janeiro, mais ou menos, quando os quadros deverão estar definidos e as negociações concluídas, o placar é móvel.
A eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, para os dois anos finais do governo Jair Bolsonaro, será o assunto da semana nas micro-ondas dos canais virtuais que ligam os plenários a Brasília. Prato cheio para hackers bisbilhoteiros. Enquanto os partidos e seus chefões se movimentam às claras, formando blocos e contando bancadas, nas sombras essas mesmas lideranças atuam para minar forças adversárias ou chamar votos avulsos de parlamentares indisciplinados, para se usar palavras amenas. No duro, há um corre-corre atrás de vantagens de posições, da compra de traições. Até 15 de janeiro, mais ou menos, quando os quadros deverão estar definidos e as negociações concluídas, o placar é móvel.
Falta clareza do governo
Por exemplo: não há clareza sobre a posição do Executivo. Nos bastidores, fala-se de emendas parlamentares, cargos e verbas, mas, de fato, no terceiro andar do Palácio do Planalto, o tema é a eleição de 2022. O governo precisa de um apoio decidido na Câmara para implantar sua agenda ideológica, que será o carro-chefe da campanha da reeleição. Com a economia em frangalhos e a saúde pública periclitante, o presidente e seus aliados estão decididos a retomar a agenda regressista de 2018 e, com isto, garantir um lugar no segundo turno. 
Perigos da reeleição
Esta é a disputa verdadeira: quem estará na partida final em novembro de 2022? Pergunta-se quem será o adversário, mas o capitão presidente sabe que não pode facilitar. Aí está Porto Alegre como exemplo dos perigos de uma reeleição, onde um prefeito que aparecia como presença certa no segundo turno rodou na primeira volta.
Compositor de consensos
A saída no xadrez está se colocando no tabuleiro. Duas forças se antepõem, de um lado, o poderoso Centrão, com suas duas dezenas de votos; de outro, o novo caudilho da câmara baixa, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que emergiu como grande compositor de consensos, podendo ser o tutor da futura presidência da casa. Unindo esquerda e o bloco liberal, Maia pode contar com 262 votos. Falta-lhe um candidato que empolgue.
Candidato próprio
Entretanto, o governo trabalha para que a esquerda tenha candidato próprio, tirando 124 eleitores de Maia, inviabilizando sua proposta independente, dando a presidência ao candidato do governo, o deputado Arthur Lira, do PP de Alagoas. Dizem as más línguas que a defecção do PT, com seus 54 votos, dariam a vitória ao governo, que, em troca, facilitaria ações e pressões no sentido de aliviar o Partido dos Trabalhadores de duas grandes mazelas, a condenação e consequente bloqueio do ex-presidente Lula, e a Lei da Ficha Limpa, que assombra seus candidatos mais fortes.
Frente ampla
As peças estão se colocando no tabuleiro. Todos os movimentos remetem ao xeque ao rei, que é a posição de largada na eleição de 2022. O grande desafio da oposição é trabalhar no sentido de formar o que hoje se chama de frente ampla, uma formação de forças heterogêneas que remete à tentativa do então líder da direita, Carlos Lacerda, em 1968, de formar um partido para derrubar o regime militar, com adesão dos cassados, Juscelino Kubitschek e João Goulart, com as críticas ácidas de Leonel Brizola. Fracassou porque veio o AI-5, mas balançou o poder. A história se repete? A conferir.
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