O Observatório da Segurança mostra que, na Bahia, 97% dos 650 óbitos eram de negros, e em Pernambuco, 93%. Mortes de negros pela polícia ultrapassam 60% em cinco estados do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Pernambuco. Os números apontam que a população negra é a que mais morre por ações policiais.
Dados alarmantes
Na opinião do senador gaúcho Paulo Paim (PT), "os dados são alarmantes, num país que tem a maior concentração de renda do mundo". Para o senador, presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, "o fato real é que vivemos num apartheid; o Brasil tem um apartheid em que os negros estão nos piores salários, nos piores empregos, são menos nas universidades, não têm quase posto nenhum no Executivo, insignificante no Judiciário".
Dificuldades no Legislativo
Paulo Paim chama atenção para a dificuldade de passar alguma pauta no Legislativo que vai garantir menos violência em relação ao povo negro. "É uma luta, cada vez é uma batalha. Essa é a realidade do nosso País. Você vive de direção em direção, mantendo a concentração de renda, e os negros sempre excluídos", avalia o senador petista.
Agir como nação
"É chegada a hora de não ficar numa prisão entre nós e eles. É chegada a hora de procuramos agir como nação, caminharmos juntos, como diria Martin Luther King: negros e brancos, pegando na mesma mão e comendo do mesmo pão", afirma Paim. O senador tem travado uma luta constante para acabar com a segregação do negro no Brasil.
Nação esfacelada
Para o senador petista, "ou nós caminhamos para isso, ou o Brasil será sempre uma nação esfacelada. Porque se você melhora a qualidade de vida de um conjunto da população em que os negros e pardos são 54% hoje, você está potencializando o próprio mercado interno".
Políticas humanitárias
O congressista diz ter observado que há um certo movimento para uma mudança. "Mediante essa realidade, noto um movimento, os ventos das políticas humanitárias sopram do continente norte-americano desde a vitória do Joe Biden, nos Estados Unidos, e que aqui também esses ventos apontam para novos caminhos."
Política de mudanças
Paulo Paim diz que "só vamos mudar isso executando políticas de mudanças. Estou lançando os 10 pontos de combate ao racismo e ao preconceito. Falei na tribuna, e falarei quantas vezes forem necessárias no plenário do Senado".