O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybañez, disse que aguarda uma declaração política de combate ao desmatamento da gestão Jair Bolsonaro para retomar as negociações com o Mercosul. O diplomata afirmou que o País já deu garantias de que está interessado em assumir a posição necessária, mas "você não pode criar riqueza destruindo o que vai ser a riqueza futura dos países".
Recado com elegância
Ignacio Ybañez destacou a importância do acordo em virtude das complicações geradas pelo coronavírus à economia, sobretudo, num momento em que Estados Unidos e China adotam um posicionamento protecionista. Com elegância, mas sem rodeios, o embaixador da União Europeia, disse, em entrevista à CBN, "que o governo brasileiro precisa dar uma declaração política de combate ao desmatamento para retomar negociações do acordo entre União Europeia com Mercosul".
Patrola em relação às florestas
"O problema é que o tamanho do desmatamento no Brasil é recorde, o que, na verdade, é uma patrola em relação à floresta, às florestas tropicais, à Amazônia e ao Pantanal", afirmou a deputada federal gaúcha Fernanda Melchionna (PSOL), destacando que "Bolsonaro, na verdade, desmontou todas as políticas ambientais."
Emergência climática
A parlamentar acha que é muito natural que tenha uma pressão externa para exigir o cumprimento de medidas em defesa do meio ambiente. Segundo Melchionna, "existe uma mobilização internacional da juventude que alerta para o risco das mudanças climáticas, porque não é só o risco, é uma emergência climática". A congressista enfatiza que "o presidente Bolsonaro praticou a mesma política na Conferência do Meio Ambiente, tanto é que está dizendo que vai mandar Ricardo Salles à Conferência do Clima. É é uma política anti meio ambiente".
Dilacerando relações
O deputado federal gaúcho Heitor Schuch (PSB) voltou a criticar a postura do governo brasileiro "e alguns atores". Disse que "o governo e, principalmente, os filhos do presidente estão plantando algumas estacas que vão acabar dilacerando, cada vez mais, as relações que existem entre os blocos e entre os países". O parlamentar frisou que "não se surpreenderá, se amanhã ou depois, qualquer embaixador, ou qualquer país, disser que vai suspender a importação de produtos A, B ou C por causa dessas declarações".
Tratar bem os compradores
Na opinião do congressista, membro do Parlasul, "o governo brasileiro precisa melhorar as reações com os parceiros, precisa tratar bem nossos compradores de commodities, precisa andar pelo mundo para vender o que nós produzimos". Ele lembra que "nosso mercado interno tem uma capacidade que já está atendida há muito tempo, e temos excedente de produção na maioria dos produtos".