Recado das urnas

As eleições municipais deram um recado claro à classe política. Essa eleição foi um não ao radicalismo, e que deve servir de reflexão para 2022. O cenário ficou bem menos nebuloso com o resultados das eleições. O centro direita se fortalece, a extrema direita, do presidente Jair Bolsonaro, se enfraquece, e a esquerda também fragmentada, perde a robustez.

Com esse quadro, hoje, quem tem um nome já anunciado, e em campanha, leva alguma vantagem. É Jair Bolsonaro. Os outros futuros postulantes sejam da direita, da esquerda, ou do centro, devem surgir ao longo do próximo ano. Agora, ainda é muito cedo, estamos saindo de uma eleição.

Alguns nomes saíram fortalecidos e não se expuseram no pleito municipal. Um exemplo: Rodrigo Maia (DEM), que, apesar de apoiar Eduardo Paes (DEM), no Rio de Janeiro, não entrou forte na campanha. Outro nome, também do DEM, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que não parou de trabalhar buscando nos bastidores apoio ao Palácio do Planalto deste que saiu do governo. Esses bastidores passam pelo centro-oeste.

Já o PSDB tem na linha de frente o governador de São Paulo, João Doria, agora mais fortalecido com a vitória de Bruno Covas, que se manteve numa linha moderada: "sim a moderação, sim a ciência e sim ao equilíbrio", acentuou Covas. Moderação também defendida pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, um nome que vem sendo citado pelas lideranças tucanas como alternativa.

Esses nomes podem ser nomes robustos para a presidência da República em 2022. Hoje, após as eleições municipais, palco em que o presidente da República não teve o resultado que imaginava, mesmo assim, Bolsonaro ainda é o principal nome para subir novamente a rampa do Palácio do Planalto.

A partir de 2021, três partidos (MDB, PSDB e DEM) vão comandar a metade das capitais brasileiras. No segundo turno, MDB venceu em cinco das sete cidades que disputou. PSDB, com dois reeleitos, continua em São Paulo e Porto Velho. DEM, com três vitórias, ganha no Rio de Janeiro. As legendas com as maiores bancadas na Câmara dos Deputados, PT e PSL, não conquistaram nenhuma capital.

Terminadas as eleições, começa um trabalho intenso no Congresso Nacional para que os prazos possam ser cumpridos no trâmite dos projetos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), alerta que se as propostas econômicas não forem aprovadas neste ano, 2021 será um ano muito ruim para o País, com uma volta da recessão e uma forte pressão para o aumento dos juros. Sem dúvida, até as vésperas de Natal, muitas emoções ainda na Esplanada dos Ministérios.

Relator da Lei de Recuperação de Empresas, aprovada há 15 anos, o ex-deputado gaúcho Osvaldo Biolchi receberá homenagem póstuma do Instituto Brasileiro de Insolvência, no dia 3 de dezembro, em São Paulo. O reconhecimento acontece em meio a uma revisão da lei pelo Senado, motivada pela crise da pandemia. Biolchi faleceu em 2012 e será representado pela filha, a advogada Juliana Biolchi.