Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Repórter Brasília

- Publicada em 26 de Outubro de 2020 às 21:51

Centrão no Senado

Caciques como Renan Calheiros integram Centrão no Congresso Nacional

Caciques como Renan Calheiros integram Centrão no Congresso Nacional


EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO/JC
O Senado tem agora o seu Centrão, que começa a atuar mais intensamente na articulação das negociações para a reeleição do presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), num jogo combinado com o Palácio do Planalto.
O Senado tem agora o seu Centrão, que começa a atuar mais intensamente na articulação das negociações para a reeleição do presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), num jogo combinado com o Palácio do Planalto.

Blindagem ao presidente

Com um poderoso grupo de deputados, que ficou conhecido pelo "toma-lá, dá-cá"; na Assembleia Constituinte de 1988, o Centrão saiu do ar e ressurgiu nos últimos anos com uma nova configuração. Com cerca de 180 deputados, na tropa de choque, na Câmara, ele opera para viabilizar as propostas do governo Jair Bolsonaro, que, até pouco tempo, rechaçava o grupo, dizendo que o Centrão representava a velha política e, agora, atua como uma blindagem ao presidente.

Influência de Maia

Outro ponto é que o governo quer reduzir a influência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Faltava, no entanto, montar uma tropa mais alinhada ao Planalto no Senado, que começa a acontecer a partir de agora.

Troca de favores

"Lamentável", afirmou o senador gaúcho Lasier Martins (Podemos), sobre o Centrão no Senado. "Para o grupo de parlamentares que vieram para a política, na última eleição, com o intuito de criar uma nova política da transparência e da ética, essa notícia é lamentável, porque significa o contrário da nova política, a retomada da velha política." O congressista lembrou que "o Centrão é identificado com a velha política, a política do 'toma-lá, dá-cá', da troca de favores". Para Lasier Martins, "o presidente Jair Bolsonaro está se tornando refém da velha política que prometeu combater e não está conseguindo".

Questões pessoais

Professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Carlos Melo rejeita a tese de que a aliança com o Centrão era inevitável para garantir a governabilidade. O pesquisador avalia que "alguns militares, no governo, podem achar isso, porque foram convencidos ou se deixaram convencer. Só que Bolsonaro se cercou do Centrão também por suas conveniências, que envolvem questões pessoais, de Justiça, os filhos, a família", acentuou. Segundo Melo, "a aproximação com o bloco foi questão de proteção. Bolsonaro se aliou ao Centrão não para ter governabilidade, mas para ter blindagem por conta dos seus problemas políticos e até familiares", argumentou.

Nomes conhecidos

O novo Centrão do Senado abriga nomes conhecidos que formam uma base de apoio a Bolsonaro nas negociações para cargos e verbas públicas com o Planalto. Entre os expoentes, figuram velhos caciques do Congresso, como Renan Calheiros (MDB-AL), que já presidiu o Senado, Ciro Nogueira (PP-PI), Eduardo Braga (MDB-AM), Kátia Abreu (PP-TO) e Marcio Bittar (MDB-AC), além de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Orçamento para 2021

O debate mais importante neste fim de ano se refere ao Projeto de Lei Orçamentária para 2021, "no valor total de R$ 4 trilhões", afirma o deputado federal gaúcho Heitor Schuch (PSB). O parlamentar alerta que "ações estratégicas, como o programa de aquisição de alimentos, educação no campo, reforma agrária e regularização fundiária, terão menos recursos no próximo ano".

Agricultura familiar ameaçada

Para Schuch, "a agricultura familiar está ameaçada". O parlamentar reitera a necessidade de aprovar mudanças no orçamento.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO