Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Repórter Brasília

- Publicada em 15 de Setembro de 2020 às 03:00

Reforma administrativa

Entre os obstáculos para a reforma administrativa, há a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, com Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP, foto) em plena campanha

Entre os obstáculos para a reforma administrativa, há a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, com Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP, foto) em plena campanha


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
A meta do governo Bolsonaro de fazer com que a reforma administrativa seja aprovada pelo Congresso Nacional, ainda neste ano, enfrenta barreiras que vão muito além da esquerda e de servidores.
A meta do governo Bolsonaro de fazer com que a reforma administrativa seja aprovada pelo Congresso Nacional, ainda neste ano, enfrenta barreiras que vão muito além da esquerda e de servidores.

Além da pandemia

Entre os desafios que o Palácio do Planalto terá que superar, estão congressistas de direita, de centro e alguns insatisfeitos do time do presidente Jair Bolsonaro. Isso sem falar nas dificuldades impostas pela pandemia.

Caminho de obstáculos

No meio desses obstáculos, além do trâmite lento de projetos dessa envergadura, se fortalece o lobby dos servidores públicos, a escolha dos presidentes da Câmara e do Senado - com Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP, foto) em plena campanha - e ainda as eleições municipais - que são uma prévia de 2022, pois é para onde focam os atuais governantes, em busca da reeleição, e os pretendentes à subir a rampa do do Planalto ou ocupar a cadeira com a caneta mais forte da política de cada estado.

De olho no teto

O senador gaúcho Paulo Paim (PT) enfatiza que, "agora, na volta da discussão da reforma administrativa, em primeiro lugar, o que tem que ser enfatizado é que ninguém mais vai ganhar além do teto". Segundo o senador, "é um teto altíssimo". Com indignação, Paim faz os cálculos e afirma: "Tem quem esteja acima do teto, que ganha mais de R$ 30 mil. Um absurdo isso!"

Sem vantagem assegurada

Paim questiona: "Como é que esse ou aquele servidor vai receber mais de R$ 35 mil? Uns ganham mais. Não tem vantagem assegurada acima do teto. O teto é o teto e acabou. Ninguém deveria ganhar mais que o teto, ninguém. Nem presidente da República, nem ministro de Estado". Para o senador, "quem quer ganhar mais que o teto tem que ir para a iniciativa privada. Lá se pode ganhar quanto quiser".

Tem que fazer ajustes

Na opinião do senador, "é muito difícil a reforma andar até o final do ano". E pondera: "Calcule, até o final do ano, vamos estar com a pandemia. Eu estou fazendo cálculos, não estou dizendo que não tem que fazer ajustes. Para mim, tem que fazer ajustes inclusive na (reforma) trabalhista. Não dá para negar que antes da pandemia era uma situação, depois da pandemia é outra. Vai ter muita gente que não vai mais voltar, o próprio empregador vai permitir que ele trabalhe em casa. É fato e é real".

Estatuto do Trabalho

Paulo Paim, que é relator do Estatuto do Trabalho, antecipou ao Repórter Brasília: "Já estou pensando no Estatuto do Trabalho num viés pós-pandemia". O parlamentar argumenta que "muita gente vai trabalhar em casa". Ele explica: "Havia um prédio alugado por R$ 30 mil, um prédio grande, vamos dizer que tivesse mil trabalhadores. Agora, podem ficar 500 em casa produzindo igual, até dando mais lucro, não vai mais ser preciso aquele prédio".

Novo viés

Para Paulo Paim, "a empresa vai economizar cerca de R$ 20 mil só no prédio. Luz, água, gás, estrutura, auxílio alimentação, auxílio transporte". E acrescenta: "É um novo viés. Estou discutindo isso com especialistas. Vai ter um novo sistema de trabalho pós-pandemia".
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO