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Repórter Brasília

- Publicada em 02 de Setembro de 2020 às 03:00

Estranha calma nos mercados

Orçamento enviado ao Congresso Nacional pode sofrer uma série de modificações

Orçamento enviado ao Congresso Nacional pode sofrer uma série de modificações


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
A notícia da queda de 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB) na manhã desta terça-feira não abalou os mercados, como seria de se esperar. Em Brasília, o número assustador passou liso, como se diz, porque as repercussões que chegavam da Avenida Faria Lima (centro dos mercados em São Paulo) não revelavam nada de anormal. Ou seja: o bicho feio da recessão parece não assustar os jovens e otimistas operadores do mundo dos negócios. Tampouco a falta de clareza sobre um aperto fiscal iminente, antevisto na proposta de orçamento enviada ao Congresso Nacional, que, segundo admitem alguns parlamentares, pode sofrer uma série de modificações, tanto por fatores políticos, como alteração de repasses.
A notícia da queda de 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB) na manhã desta terça-feira não abalou os mercados, como seria de se esperar. Em Brasília, o número assustador passou liso, como se diz, porque as repercussões que chegavam da Avenida Faria Lima (centro dos mercados em São Paulo) não revelavam nada de anormal. Ou seja: o bicho feio da recessão parece não assustar os jovens e otimistas operadores do mundo dos negócios. Tampouco a falta de clareza sobre um aperto fiscal iminente, antevisto na proposta de orçamento enviada ao Congresso Nacional, que, segundo admitem alguns parlamentares, pode sofrer uma série de modificações, tanto por fatores políticos, como alteração de repasses.

Projetos de longo prazo

Essa confiança no futuro viria da grande disponibilidade de liquidez dos mercados internacionais, num cenário de poucas opções para investimentos produtivos nos países desenvolvidos. O Brasil, com suas ofertas de projetos de longo prazo com retorno seguro, oferece um atrativo irrecusável: agronegócio exuberante, obras e concessões em infraestruturas, produção e distribuição de energia (petróleo, gás e eletricidade de várias fontes naturais, como eólica, solar e hidrelétrica), transportes e, também, da reindustrialização da economia 5.0. Para esses atores econômicos, o País estaria voando em céu de brigadeiro.

Saneamento, dinheiro vivo

Isto só para citar algumas oportunidades evidentes (sem incluir saneamento, que é outra cenoura para chamar dinheiro vivo). As contas de água e esgoto de mais de 100 milhões de consumidores, pingando, mês a mês, são uma segurança intrínseca que vai além das garantias convencionais. Esse é o sonho dos operadores que olham para o futuro sem temer efeitos catastróficos, que visões menos otimistas botam nas mesas dos planejadores empresariais.

Aperto fiscal

Com esta confiança de seus homens e mulheres nos mercados, no sucesso dos empreendedores que, no fim, serão os geradores desses novos negócios, a comunidade da Avenida Faria Lima parece indiferente a certos indicadores que, em outras circunstâncias, acenderiam a luz amarela na sinaleira. O governo manda para o Congresso uma proposta de orçamento com despesas discricionárias calçadas num déficit de 96 bilhões de reais, correspondentes a um minguado seis por cento das despesas obrigatórias, que correspondem a 94% dos custeios. Um aperto fiscal sem precedentes.
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