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Repórter Brasília

- Publicada em 30 de Agosto de 2020 às 20:57

Trocar Guedes por quem?

Divergências do ministro da Economia, Paulo Guedes, com presidente Jair Bolsonaro causam instabilidade no Planalto

Divergências do ministro da Economia, Paulo Guedes, com presidente Jair Bolsonaro causam instabilidade no Planalto


EDU ANDRADE/ASCOM/ME/JC
Trocar seis por meia dúzia. Nunca antes a expressão para qualificar movimentos irrelevantes esteve tão presente na economia brasileira. Era o que se ouvia em Brasília em meio ao torvelinho da recusa, pelo presidente Jair Bolsonaro, da proposta para o novo programa de distribuição de renda. Ou seja, tirar Paulo Guedes do Ministério da Economia e trocar por quem? Ou por quê? Não faz sentido. Racionalmente pensando, não seria o momento para agitar a fervura. Entretanto, há muita ansiedade nos mercados, temerosos de atitudes dramáticas, tanto do presidente quanto de seu ministro. São características das duas personalidades.
Trocar seis por meia dúzia. Nunca antes a expressão para qualificar movimentos irrelevantes esteve tão presente na economia brasileira. Era o que se ouvia em Brasília em meio ao torvelinho da recusa, pelo presidente Jair Bolsonaro, da proposta para o novo programa de distribuição de renda. Ou seja, tirar Paulo Guedes do Ministério da Economia e trocar por quem? Ou por quê? Não faz sentido. Racionalmente pensando, não seria o momento para agitar a fervura. Entretanto, há muita ansiedade nos mercados, temerosos de atitudes dramáticas, tanto do presidente quanto de seu ministro. São características das duas personalidades.
Novo normal
O reverso da moeda sugere pensar como provável uma resistência, no Palácio do Planalto, às chamadas pressões, de que, na verdade, pouco se sabe. Pelo contrário, os mercados, tanto nacionais quanto internacionais, têm dado sinais de apoio político e confiança profissional no ministro e na política neopopulista do presidente Jair Bolsonaro. Essa percepção é medida pela estabilidade das bolsas, das moedas, dos indicadores macroeconômicos. Déficits abissais, recessão histórica, cenários externos e internos horripilantes, nada disso parece assustar. Este seria o "novo normal" da dupla Guedes-Bolsonaro? Otimismo descabido?
Pressões de fora
Então as pressões para derrubar o ministro viriam de fora do sistema econômico. Aparentemente o "centrão" estaria insuflando a mídia contra o ministro, atribuindo a ele um apego excessivo à ortodoxia econômica, deixando a classe política à mercê da crise às vésperas de uma eleição decisiva. É uma explicação a ser considerada, pois, com a nova lei eleitoral, cada partido dessa base, quase todos pequenos, está lutando pela sobrevivência legal. Ruim para a direita fragmentada. Porém, o pau que bate em Chico bate em Francisco, diria o estrategista do presidente, pois no mesmo "rapa" o governo se descarta das mais incômodas legendas da esquerda, onde estão seus arqui-adversários.
Tempestade de acusações
Resta a figura do ministro, uma figura irrequieta, dizem seus adversários no próprio governo, que tanta controvérsia estaria causando, expondo o presidente a críticas desnecessárias. Seria de botar uma pessoa mais cordata, que amenizasse o fogo amigo, deixando para a oposição os casos inevitáveis, como a tempestade de acusações incontroláveis. Isso, também, não parece assustar o capitão. O retrospecto é claro: sob bombardeio maciço da mídia e de segmentos nacionais e internacionais, Bolsonaro mantém o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Aquino Salles, e já ficou para trás, esquecido dos repórteres nos quebra-queixos, o tiroteio em cima do ministro do turismo, deputado Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG). De fato, a mídia até agora só conseguiu derrubar cinco secretários especiais de Cultura seguidos. Não parece ser o caso do ministro Paulo Guedes.
Dois brigões
Há também uma outra consideração: os dois, Bolsonaro e Guedes, são brigões, gostam de bater de frente com adversários. Foi assim que eles se entenderam lá na campanha eleitoral e vêm, até hoje, às turras com os críticos. Essa parceria pode durar seis anos.
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