A pressão dos fundos internacionais contra a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro continuará sendo um dos assuntos em destaque ao longo da semana. Os países que organizam esses fundos não estão nada satisfeitos com a falta de política ambiental do governo. Os investidores suspenderam o dinheiro depois que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quis mudar o destino da aplicação do dinheiro. O vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho Nacional da Amazônia, promete reduzir o desmatamento e, com isso, ele espera que os fundos retornem.
Amazônia, preservação e comércio
"A questão maior é um misto de interesse comercial e preservação ambiental. Nós não temos como tratar disto, um problema desta natureza, achando pura e simplesmente que todo mundo só está interessado na questão comercial", avaliou o deputado federal gaúcho Alceu Moreira (MDB). Segundo o emedebista, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), "existe a questão ambiental, o desmatamento. O que não dá é para ser ingênuo nesta conversa. Nós vamos fazer o que for possível".
Condições de diálogo
Para o congressista, "o general Mourão tem condições de fazer esse diálogo. Agora, se eles, realmente querem tratar a Amazônia como uma estrutura mundial, com certeza eles vão te que pagar por isso", acentuou Alceu Moreira.
Posições distintas no Congresso
No Congresso Nacional, afirmou Alceu Moreira, "há posições distintas. Quem está envolvido com o agronegócio, está percebendo que esta questão pode nos trazer algum prejuízo, portanto, nós vamos bater no ponto que todo o agricultor tem que respeitar, bem com o ambientalista também tem que respeitar". Já na agropecuária, "nós não temos nenhum desmatamento ilegal, nós achamos que isso é crime, é caso de polícia".
Na relação urbana
Na opinião do líder do agronegócio, "quem tem relação urbana, facilmente se sensibiliza e normalmente tende a criminalizar qualquer discurso que seja contrário a esse interesse. Mas o Congresso, com os debates que nós temos feito ultimamente, cada vez que passa o tempo, mais gente vem compreendendo a verdade. Esse diálogo, antes era multilateral". No governo petista, destaca, a questão ambiental "era uma agenda que dominava toda e qualquer coisa que fosse contra esse interesse, e era tratado como retrógrada, ultrapassado".
Questão é a Amazônia
Na opinião do deputado emedebista, "agora, nós temos condições de fazer um debate sobre esse tema. Muito interlocutor, nas redes sociais, vem trabalhando, a imprensa vem trabalhando e a gente tem certeza do seguinte: se poluir toda a Baia da Guanabara, se jogar toneladas de lixo, no Tietê, nenhum lugar do mundo se preocupa com isso. Se formos, no mar do Caribe, vamos encontrar milhões de toneladas de plástico rodando por todo aquele ambiente lindo, poluído, ninguém dá bola. A questão toda é a Amazônia. Porque a Amazônia, além do desmatamento que é nocivo, e nós temos que trabalhar muito para prevenir, o desmatamento significa mais área de plantio, maior competividade, maior produto produzido. Então, tem um misto de preocupação ambiental com concorrência comercial", concluiu.