A maioria dos deputados e senadores decidiu que as eleições municipais devem acontecer ainda neste ano e que os mandatos atuais não podem ser prorrogados. Mas a transferência do pleito de 4 de outubro para 15 de novembro foi criticada por vários parlamentares, entre eles, dois da bancada gaúcha que votaram contra a mudança: Jerônimo Goergen (PP) e Ubiratan Sanderson (PSL). Não foi a decisão mais acertada, avaliam os congressistas.
Perigo de contágio
Os parlamentares contrários à mudança da data, agora já aprovada por maioria, argumentam que em meio a uma pandemia, não é razoável promover um evento no qual milhões de pessoas terão que permanecer em longas filas, utilizar os mesmos equipamentos. As aglomerações, alertam, serão uma realidade, um perigo do contágio em massa.
Covid-19 ainda é ameaça real
Os números de casos e mortes divulgados diariamente servem de alerta para que a população continue com todos os cuidados sanitários exigidos pela Organização Mundial da Saúde. O novo coronavírus ainda é uma ameaça real
Entendimento prevaleceu
Para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), ''mais uma vez, o entendimento prevaleceu no Parlamento, dialogando com o TSE, a comunidade científica, prefeitos e vereadores''. Já o presidente Rodrigo Maia (DEM/RJ), assinalou que "as novas datas atendem às sugestões de médicos e especialistas".
Mais gastança
Na opinião de Jerônimo Goergen, o adiamento das eleições é ruim porque "nós estamos ampliando o tempo de campanha. O que é pior, no ponto de vista do parlamentar, "o custo disso. São mais 45 dias para a gastança."
Ouvir a linha de frente
Segundo Goergen, "não dá para imaginar que daqui para novembro vai dar para fazer alguma campanha". O parlamentar está fazendo reuniões com os prefeitos, para orientar, com os advogados, o que deve ser feito. "Tem muita dúvida, ninguém sabe de nada".
Posição dos prefeitos
Na pesquisa feita com os dirigentes municipais, por vídeo conferência, segundo Jerônimo Goergen, 90% dos prefeitos disseram que preferiam que as eleições "fossem jogadas lá para frente ou ficassem na data estabelecida". Mas agora é lei, "resta cumprir", afirma Goergen.
Mesmo cenário em novembro
O vice-líder do governo, Ubiratan Sanderson, que também votou contra a mudança do pleito, explica: "Eu fiz uma leitura de que nós não temos a menor condição de assegurar que novembro o cenário da saúde estará melhor do que outubro. Inclusive eu conversei com algumas autoridades sanitárias que disseram que isso é impossível. Quem disser que novembro vai estar melhor que outubro vai estar mentindo".
Sem justa causa
Sanderson também revela a mesma preocupação do progressista. "Tememos que aumentando o prazo do calendário eleitoral, são mais de 40 dias de busca por recursos, e nós sabemos que estão tendo aí as demandas justas, mas tem também demandas que não tem justa causa. Tem municípios que estão recebendo dinheiro sem ter um caso sequer de coronavírus registrado".