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Repórter Brasília

- Publicada em 14 de Junho de 2020 às 21:32

Mourão no Piratini

Para Mourão, ato é característico da tensão geopolítica atual

Para Mourão, ato é característico da tensão geopolítica atual


/Antonio Cruz/Agência Brasil/JC
O nome do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB, foto) entrou na lista dos candidatos ao governo do Estado. Porto-alegrense de nascença, criado em Bagé e com sotaque de Resende (RJ), ele seria a alternativa para captar o capital eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nas eleições de 2022, e dar impulso à candidatura à reeleição do chefe do governo. Em Brasília, na sexta-feira, essa hipótese era considerada consistente, porque o governador Eduardo Leite (PSDB) deverá se alinhar com alguma candidatura alternativa ao Planalto, caso não seja ele próprio integrante à chapa do hoje governador de São Paulo, João Doria (PSDB). E mais: com as ameaças à implosão de Doria - o primeiro da lista é Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, em vias de impeachment - pelo presidente Jair Bolsonaro (como indicou a deputada Carla Zambeli, PSL), Mourão poderia encarnar o antipetismo no Estado e, com uma boa campanha, trocar a residência oficial do Jaburu pelo Palácio Piratini.
O nome do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB, foto) entrou na lista dos candidatos ao governo do Estado. Porto-alegrense de nascença, criado em Bagé e com sotaque de Resende (RJ), ele seria a alternativa para captar o capital eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nas eleições de 2022, e dar impulso à candidatura à reeleição do chefe do governo. Em Brasília, na sexta-feira, essa hipótese era considerada consistente, porque o governador Eduardo Leite (PSDB) deverá se alinhar com alguma candidatura alternativa ao Planalto, caso não seja ele próprio integrante à chapa do hoje governador de São Paulo, João Doria (PSDB). E mais: com as ameaças à implosão de Doria - o primeiro da lista é Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, em vias de impeachment - pelo presidente Jair Bolsonaro (como indicou a deputada Carla Zambeli, PSL), Mourão poderia encarnar o antipetismo no Estado e, com uma boa campanha, trocar a residência oficial do Jaburu pelo Palácio Piratini.

Segundo turno da pandemia

As passeatas antirracistas, nos Estados Unidos e na Europa, anteciparam o segundo turno da pandemia da Covid-19. Já na sexta-feira, os mercados interromperam a recuperação que vinha acompanhando o afrouxamento de medidas de isolamento social nos países desenvolvidos do hemisfério ocidental.

Propagação do vírus

Segundo os especialistas, o recrudescimento da pandemia estava previsto para agosto ou setembro, mas as grandes aglomerações criaram ambiente ideal para a propagação do vírus. Na economia, o sinal mais evidente de refluxo foi a divulgação dos números pessimistas para a economia norte-americana, com juros baixos e desemprego em alta. No Brasil, as bolsas também sentiram, atribuindo-se a volta da pandemia ao relaxamento precipitado das medidas sanitárias.

Getúlio na berlinda

As passeatas antirracistas no Hemisfério Norte inflamaram os ânimos dos movimentos identitários brasileiros, que estão convocando, pelas redes sociais, seus ativistas a destruírem monumentos a heróis que consideram politicamente incorretos. Entre esses foi incluído o nome do ex-presidente Getúlio Vargas, ao lado de outros alvos, como os monumentos aos bandeirantes, à Princesa Isabel e, também inesperado, vindo de onde vêm, ao Duque de Caxias, que, nos seus tempos de senador pelo Rio Grande do Sul, era acusado de preocupar-se apenas com viúvas e mutilados de guerra.

Agressões ao caudilho

Tanto uns quanto outros eram, em sua totalidade, não brancos, pretos ou pardos. Já o Dr. Getúlio estar na lista é menos compreensível, pois, além da legislação trabalhista (que redimiria o antigo escravismo), deu status cultural ao ritmo e subsídios às escolas de samba, além de criar o Serviço de Proteção ao Índio, origem da atual Funai. Sem explicação plausível, alguns comentaristas sugerem que o velho caudilho entrou na conta da Revolução de 1932, pois São Paulo é a única grande cidade brasileira em que não há uma só estátua do ex-presidente, nem busto, nem praça, nem avenida, nem rua, nem mesmo uma humilde travessa com seu nome. Como os movimentos identitários tem sua origem na capital paulista, seria esta a explicação para a bota-abaixo das homenagens ao prócer gaúcho que se espalham pelo País inteiro.
 
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