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Repórter Brasília

- Publicada em 02 de Junho de 2020 às 03:00

A tempestade perfeita

O mês de junho entra com o céu do País encoberto pelas nuvens da "tempestade perfeita", metáfora introduzida no cenário brasileiro pelo ex-ministro Delfim Neto (foto) para descrever crises econômicas cabeludas. Desta feita, agregam-se ao mau tempo econômico uma crise política sem precedentes e o terror de uma pandemia mortal que, segundo os especialistas, deve alcançar seu ponto culminante no fim deste mês, nas regiões Sul e Sudeste.
O mês de junho entra com o céu do País encoberto pelas nuvens da "tempestade perfeita", metáfora introduzida no cenário brasileiro pelo ex-ministro Delfim Neto (foto) para descrever crises econômicas cabeludas. Desta feita, agregam-se ao mau tempo econômico uma crise política sem precedentes e o terror de uma pandemia mortal que, segundo os especialistas, deve alcançar seu ponto culminante no fim deste mês, nas regiões Sul e Sudeste.

Poderes embaraçados

A crise política é sem precedente porque nem mesmo na Proclamação da República ou nas derrubadas de governos por golpes ou revolução (1930) os poderes da República estiveram tão embaraçados. O Poder Executivo exercido por uma equipe sem experiência anterior e com um chefe originado num segmento parlamentar denominado baixo clero. Em rota de colisão vem o Supremo Tribunal Federal integrado por um grupo de juristas de origem acadêmica, sem o jogo de cintura das formações anteriores desse tribunal.

Perigo de naufrágio

Por fim, o Congresso Nacional, Câmara e Senado, onde a crise política deveria desaguar e ser contida, está com seus integrantes dispersos pelo País, sem condições de exercer sua função que, como diz o nome, "é um plenário para conversas olho no olho ou, em muitos casos, ao pé do ouvido. Não há como fazer acordos on-line. Portanto, todos marinheiros de primeira viagem. O perigo de naufrágio é real."

Na raia da recessão

Com o ambiente político assim embaçado, a economia não oferece melhor panorama. Os números que estão emergindo neste fim de mês são assustadores. O desempenho entra na raia da recessão, já apontando para uma depressão. O quadro é igualmente sinistro na outra ponta, a do emprego, que sobe com alta velocidade, ao mesmo tempo em que o trabalho como um todo se reduz, devido ao isolamento social. Não bastasse, espera-se para esta semana péssimas notícias do cenário internacional, com o recrudescimento das disputas entre China e Estados Unidos, com efeitos negativos sobre o comércio e as finanças mundiais.

"Harmonia de menos"

"Está havendo independência de mais e harmonia de menos", escreveu a senadora Katia Abreu (PDT-GO), para dar sua opinião de que é necessária uma ação política para conter a disparada ladeira à baixo. Nem um dos três poderes da República está conseguindo deter a chamada "marcha da insensatez".

Governadores e prefeitos

Não bastasse, governadores e prefeitos também estão em choque com a União Federal, com suas desavenças alimentadas pela pior de todas as crises, a pandemia da covid 19, que está matando sufocados milhares de brasileiros e, mais que isto, deixando todos em pânico, pois ninguém se considera seguro, nem quando isolado dentro de casa. Segundo os cientistas, o pior só vai chegar nas próximas semanas.

Convocar os estadistas

É a hora de convocar os estadistas. Não obstante os dirigentes do executivo tenham qualificações, os juízes o saber necessário e os parlamentares a legitimidade, são horas de alguma sumidade conseguir a convergência de todos em torno de uma bandeira branca. O Brasil espera ser socorrido por alguma personalidade que reúna habilidade política, sabedoria e autoridade moral para chamar os responsáveis por tantos desencontros à realidade, para iniciar movimento na direção das recuperações da saúde, da paz e da economia
 
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