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Repórter Brasília

- Publicada em 10 de Maio de 2020 às 21:02

Mais uma semana de emoções

Decisão do ministro Celso de Mello gerou insatisfação nas Forças Armadas

Decisão do ministro Celso de Mello gerou insatisfação nas Forças Armadas


NELSON JR./SCO/STF/JC
A semana terminou com o presidente Jair Bolsonaro surpreendendo a todos, na quinta-feira, quando atravessou a Praça dos Três Poderes, a pé, acompanhado de empresários e ministros, para pressionar o Supremo Tribunal Federal, no sentido oposto ao que defendem o ex e o atual ministros da Saúde de combate ao coronavírus. Querem o fim do isolamento com o argumento de salvar a economia do País. Com lances de bons filmes de ação, o presidente da República se portou como presidente dos Poderes, fez transmissão ao vivo de dentro do Supremo e acabou deixando o presidente da corte, naquele momento, anfitrião compulsório, como coadjuvante e constrangido.
A semana terminou com o presidente Jair Bolsonaro surpreendendo a todos, na quinta-feira, quando atravessou a Praça dos Três Poderes, a pé, acompanhado de empresários e ministros, para pressionar o Supremo Tribunal Federal, no sentido oposto ao que defendem o ex e o atual ministros da Saúde de combate ao coronavírus. Querem o fim do isolamento com o argumento de salvar a economia do País. Com lances de bons filmes de ação, o presidente da República se portou como presidente dos Poderes, fez transmissão ao vivo de dentro do Supremo e acabou deixando o presidente da corte, naquele momento, anfitrião compulsório, como coadjuvante e constrangido.

Reunião censurada

Nesse isolamento por causa do coronavírus, todo mundo vai se entretendo como pode. Para alguns, até menos traumático, assistindo, com a família, à Netflix e a outras boas programações das nossas TVs. Mas o principal episódio da série "Palácio do Planalto e Sérgio Moro", com o capítulo "Reunião censurada" com um vídeo que deve mostrar muito, é a grande expectativa da maioria do povo brasileiro. No famoso vídeo que o magistrado Celso de Mello (foto), ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decano do tribunal, de cuja corte foi presidente, determinou ao Palácio do Planalto, fosse encaminhado à Justiça, a íntegra da reunião, na qual, segundo Moro, constam situações que mostra claramente a tentativa de interferência política do presidente da República na Polícia Federal.

Guerra das versões

Especialistas da área jurídica avaliam que o presidente está acostumado e até mesmo gosta da guerra de versões. Na política, isso até é possível, mas, na Justiça, é mais complicado. Se existe a prova, ela tem que ser apresentada para acabar com as dúvidas. E tudo indica que existe, pois até a AGU já pediu para editar o vídeo. O inquérito está em curso. Moro já foi ouvido. O próximo passo é a convocação dos ministros que estavam na reunião para darem seu depoimento. Entre eles, os ministros generais convocados foram Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Condução coercitiva

A decisão do ministro Celso de Mello gerou insatisfação nas Forças Armadas. O ponto de irritação reside na decisão do ministro do STF, de impor a condução coercitiva dos ministros convocados, caso se recusassem a depor.

Momento ruim

Fonte do Palácio do Planalto revelou aos jornalistas que é constrangedor o que foi dito na reunião. Tanto no Supremo como na área da justiça, e também do Congresso, são avaliados os cenários sobre a existência de crimes como, por exemplo, segundo especialistas, obstrução de justiça, ou, ainda, desobediência, se o vídeo não for entregue. A ordem é judicial. E ordem judicial só tem um caminho: cumpra-se.

Tudo pode acontecer

No andar da carruagem, os lances entre justiça e Palácio do Planalto devem chegar com mais força no Congresso Nacional nesta semana, mesmo com reuniões virtuais e a utilização dos telefones entre os parlamentares. Enfim, um processo como esse todos sabem como começa, o difícil é saber como termina. Ao mesmo tempo, os investigadores querem ouvir, nesta segunda-feira, em Curitiba, o ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo. Mais emoções.
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