Olho nos fundamentos de longo prazo das economias. Esta foi a recomendação dos operadores de mercado dos grandes bancos brasileiros na tarde desta terça-feira. A expectativa, em Brasília, é com a possibilidade de nova baixa da taxa de juros pelo Banco Central, seguindo a tendência do Federal Reserve dos Estados Unidos, que decidiu antecipar, possivelmente para esta quarta-feira, outro corte de sua taxa básica, que estava marcada para 18 de março. Cautela, esta é a palavra de ordem para enfrentar as incertezas geradas pelo pânico da crise do coronavírus, que se espalha pelo mundo.
Evitar desemprego e recessão
No momento, tanto em Brasília como nas demais capitais dos países desenvolvidos, espera-se as medidas que os governos anunciarão para apoiar as empresas abaladas pelos prejuízos causados pelos efeitos da crise sanitária, para evitar ao máximo desemprego e recessão mundial.
Paralisação das fábricas
O ministro Paulo Guedes disse que está estudando como fazer para minimizar os efeitos no Brasil. O mesmo ocorre nos Estados Unidos e na Europa. A verdade é que as economias estão se desintegrando com a paralisação das fábricas quebrando as cadeias de produção, um obstáculo para uma retomada das atividades produtivas, depois que o pânico se for e os governos liberarem as restrições à movimentação das pessoas e mercadorias nas grandes cidades.
Crise no setor de serviços
O mesmo vale para as atividades do setor de serviços. Nessa área, geralmente operada com o ameaçador contato próximo entre as pessoas, a crise é mais profunda. Desde a manicure do subúrbio, até os grandes projetos turísticos, todos suspensos até segunda ordem, com o medo da disseminação da doença. Na terça-feira os mercados experimentaram uma pequena movimentação, depois da segunda feira trágica. A semana abriu com o pior pregão das Bolsas na Europa, desde 2008. No Brasil, os números negativos mais dramáticos em duas décadas.
Paciência e tranquilidade
A recomendação para as pessoas, principalmente os investidores, é muita cautela. Confiar que os ativos e a infraestrutura estão intactas, que são as condições essenciais para uma retomada. No entender desses especialistas, ainda levará três meses até o coronavírus ser absorvido pela natureza, incluindo as pessoas, passando, então a fazer parte das defesas naturais da humanidade. Até lá, muita paciência e tranquilidade, na expectativa de que a ciência, uma vez, mais, seja a tábua de salvação para as ameaças à saúde da espécie humana.