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Repórter Brasília

- Publicada em 04 de Novembro de 2019 às 03:00

Quem semeia ventos...

Eduardo Bolsonaro (L), son of Brazil's President Jair Bolsonaro, watches as Brazil's Foreign Minister Ernesto Araujo (R) speaks outside of the West Wing following meetings at the White House in Washington, DC on August 30, 2019. (Photo by MANDEL NGAN / AFP)
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Eduardo Bolsonaro (L), son of Brazil's President Jair Bolsonaro, watches as Brazil's Foreign Minister Ernesto Araujo (R) speaks outside of the West Wing following meetings at the White House in Washington, DC on August 30, 2019. (Photo by MANDEL NGAN / AFP) Caption


/MANDEL NGAN/AFP/JC
A expressão "AI-5" soa como um grito fantasmagórico nos arraiais da política profissional: arrepia os cabelos, mas não assusta, pois qualquer pessoa sensata sabe que fantasmas não existem. É o caso da ameaça com o fatídico ato institucional de 1968, uma entidade de assombração que se usa no dia a dia da retórica para assustar à juventude. Como pouco se sabe da História do Brasil, vale o estereótipo. Entretanto, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) avançou o sinal, no entender de líderes políticos de todas as facções, inclusive dos presidentes das duas casas do Congresso Nacional, ao evocar tal ato.
A expressão "AI-5" soa como um grito fantasmagórico nos arraiais da política profissional: arrepia os cabelos, mas não assusta, pois qualquer pessoa sensata sabe que fantasmas não existem. É o caso da ameaça com o fatídico ato institucional de 1968, uma entidade de assombração que se usa no dia a dia da retórica para assustar à juventude. Como pouco se sabe da História do Brasil, vale o estereótipo. Entretanto, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) avançou o sinal, no entender de líderes políticos de todas as facções, inclusive dos presidentes das duas casas do Congresso Nacional, ao evocar tal ato.
Contenham as línguas
Certamente, o senador David Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara, não estão vendo os tanques descendo da Vila Militar (expressão para golpe de Estado nos conturbados anos 1950). Eles se uniram ao vozerio levantado pela oposição para mandar um sinal à família do presidente Jair Bolsonaro. Seus filhos que contenham as línguas, pois suas costumeiras (é um estilo) diatribes podem atrair respostas incontroláveis.
Processo perigoso
Esse é o caso da perigosa denúncia apresentada pelas bancadas de oposição ao Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Eduardo Bolsonaro. Embora sectarizado, o processo pode avançar perigosamente, por causa de outros efeitos que não a tal ameaça à democracia, algo totalmente descabido no cenário político e histórico do Brasil neste momento.
Expondo à humilhação
Uma das ameaças é que, no contexto da luta interna no PSL, a bancada bolsonarista na Comissão vote contra Eduardo, expondo o filho do presidente à humilhação de ver seu nome chegar ao plenário para uma decisão coletiva sobre seu futuro parlamentar. Ninguém admite que a votação da Câmara aceite uma denúncia desta imputação, até por que um parlamentar é protegido com imunidade por suas palavras. Seria preciso muito malabarismo para encaixar o parlamentar em tal denúncia. Vai servir como advertência.
Atear fogo no circo
O que está por trás disso tudo é a acirrada luta interna no PSL pelo controle das convenções que vão indicar os candidatos a prefeitos nas duas maiores cidades do Brasil: São Paulo e Rio de Janeiro. A oposição, no seu papel, aproveita o "brigório" no quintal dos adversários para atear fogo ao circo.
AI-5 é descabido
Nesse torvelinho, o presidente da República está em dificuldades para pacificar seus arraiais. O caso do AI-5 é politicamente descabido, mas emblemático retoricamente, usado dessa forma, para aglutinar as forças antipetistas. Conclamar o País a uma ditadura militar para arregimentar seus apoiadores dispersos nas redes sociais, dizem os analistas, seria uma resposta desproporcional ao antagonismo das oposições.
Propor a tolerância
Por outro lado, os críticos de Eduardo Bolsonaro afirmam que insuflar na população um espírito belicista é totalmente negativo. Segundo essas fontes, a família do presidente da República deveria operar no sentido da concórdia, propondo a seus seguidores expectativas construtivas e tolerantes. Assim, como diz o ditado, "quem semeia ventos colhe tempestades". Espera-se mais chumbo grosso nessa refrega no lado direito do espectro.
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