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Repórter Brasília

- Publicada em 09 de Setembro de 2019 às 21:39

Economistas douram a pílula

Como dourar a pílula? Os técnicos e estatísticos do Ministério da Economia já descobriram a fórmula para apresentar no fim do ano um resultado positivo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sem precisar recorrer a maquiagens. Para contornar o patinho feio de um número negativo no fim do ano, o ministro Paulo Guedes conta com o arrasto para 2019 dos números do desempenho do exercício anterior.
Como dourar a pílula? Os técnicos e estatísticos do Ministério da Economia já descobriram a fórmula para apresentar no fim do ano um resultado positivo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sem precisar recorrer a maquiagens. Para contornar o patinho feio de um número negativo no fim do ano, o ministro Paulo Guedes conta com o arrasto para 2019 dos números do desempenho do exercício anterior.
Manobra contábil
Se o último ano do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB, foto) não foi brilhante - com cerca de 1,1% -, ele tem, a seu favor, o mérito de um crescimento positivo, embora medíocre. Com isto, valendo-se da manobra contábil denominada tecnicamente de "carry over", ou seja, o transporte do resíduo do período anterior como se fosse uma herança estatística, o ministro da Economia poderá exibir, no fim de 2019, um resultado em torno de 0,6% positivos, embora os resultados efetivos dos últimos dois trimestres do ano sejam de zero.
Fundo de garantia
A ala mais otimista do governo vê o segundo semestre num quadro um pouco mais favorável, com crescimento de 0,4%, de agosto a dezembro, em vez do zero e zero, o que elevaria o resultado do ano para 0,8% ou 0,9%. Isto seria a glória, pois encostando no número um, a economia já se aproxima de um algarismo mais animador. Para vencer a barreira do zero, adentrando na fase do dígito positivo, a economia poderá, eventualmente, contar com os resultados da liberação para o mercado de 40 bilhões de reais do Fundo de Garantia (FGTS). Esse dinheiro, que está parado em contas inertes, pode ter o condão de reativar o consumo. E assim mover a engrenagem da economia numa marcha ascendente. Na economia real, preocupa a pequena retração do agronegócio, alguma coisa inferior a um por cento. Essa queda, entretanto, não preocupa os estatísticos, pois o setor rural contribui com seis por cento do PIB, um número muito elevado, ainda, para um setor que contribui na formação do PIB com 6% do total.
Câmbio e exportações
Os fantasmas são câmbio e possível retração nas exportações. Em concreto, o governo é assombrado pela articulação perversa de maus ventos sobre das contas públicas, que continuam em forte deterioração por causa da soma aumento de gastos obrigatórios com queda da arrecadação. Sem recursos para investir, o crescimento salvador não está à vista.
China e Estados Unidos
O dólar disparando para cima, consequência da desvalorização da moeda, também afeta o cálculo do PIB. Mas o pior é a instabilidade dos mercados internacionais abalados pelo conflito comercial entre China e Estados Unidos. Esse embate de gigantes gera desconfiança no futuro nos mercados de capitais, temores nos importadores e descontrole na área das commodities, onde o Brasil faz uma parte substancial de seus estoques cambiais.
Brasil com fôlego
Enfim, o quadro econômico é instável, mas o Brasil vai entrar nesse quadro turbulento com algum fôlego, respirando sem aparelhos, pois tem como exibir um número positivo, o que já é muito. Não é o ideal, mas defende o País de se incluir na faixa de rebaixamento das economias em recessão técnica.
 
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