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Repórter Brasília

- Publicada em 12 de Agosto de 2019 às 21:52

Demonização da agropecuária

POL - Zé Vitor, foto Natanel Divulgação Liderança Partido Liberal

POL - Zé Vitor, foto Natanel Divulgação Liderança Partido Liberal


/LIDERANÇA PARTIDO LIBERAL/DIVULGAÇÃO/JC
A entrevista do deputado federal do PL de Minas Gerais Zé Vitor (Resende de Aguiar, foto) a esta coluna alertando para a crescente demonização da atividade agropecuária brasileira como vilã da crise climática mundial, já começa a se propagar nos setores especializados. Nessas versões midiáticas, o agronegócio brasileiro aparece no cenário internacional como causador único das ameaças planetárias. Isto compõe parte de uma forte reação de movimentos ambientalistas e entidades não governamentais do setor à retórica do novo governo brasileiro.
A entrevista do deputado federal do PL de Minas Gerais Zé Vitor (Resende de Aguiar, foto) a esta coluna alertando para a crescente demonização da atividade agropecuária brasileira como vilã da crise climática mundial, já começa a se propagar nos setores especializados. Nessas versões midiáticas, o agronegócio brasileiro aparece no cenário internacional como causador único das ameaças planetárias. Isto compõe parte de uma forte reação de movimentos ambientalistas e entidades não governamentais do setor à retórica do novo governo brasileiro.
Faltam fatos e leis
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seus auxiliares que têm falado sobre política ambiental ainda não saíram das palavras, concretamente. Fatos e leis efetivas ainda não entraram em prática. Na última semana outras entrevistas de técnicos, políticos ligados ao setor, em artigos de imprensa, especialistas e jornalista atentos, dão ênfase a essa onda destrutiva que se projeta sobre as plantações e pastagens do País.
Industrialização acelerada
Embriagados pela proeminência na economia, produtores e lideranças não se cansam de se olhar no espelho como os grandes salvadores da pátria, nestes momentos difíceis para todo o restante da economia. No passado, até os anos 1950, o Brasil se orgulhava de ser "um país essencialmente agrícola", como era o lema daqueles tempos. No governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1960), o ruralismo perdeu seu lugar no pódio para industrialização acelerada, que foi o carro-chefe da economia dentro do programa ambicioso (e vitorioso) dos "50 anos em cinco".
Laço do campeiro
No País como um todo, as chaminés das fábricas substituíram o arado do agricultor e o laço do campeiro. Ao mesmo tempo, no Rio Grande do Sul surgia um novo protagonista no cenário político do agro, o movimento dos agricultores sem-terra. O governador do Estado, Leonel Brizola, técnico rural de formação (graduado na Escola Técnica Agrícola de Viamão), via que uma economia rural baseada na monocultura do café (na época 70% das cambiais do País) estava fadada a ter um papel relevante num país que, até então, era importador de alimentos.
Reforma agrária
Seguindo o modelo europeu e japonês do Século XIX, lançou a ideia de reforma agrária, para romper com a solidão da cafeicultura. O tiro saiu pela culatra: vingou emergir um bom espaço para a mobilização política e com cancha para o populismo e demagogia. Aí está a raiz da estigmatização do agro, que encontrou ampla aceitação nos meios urbanos, e que, atualmente, mantém o setor num isolamento perigoso, acusado abertamente de destruir o país e envenenar sua população, em um sistema irresistível de fake News, meias-verdades e falsificações deslavadas.
Retórica triunfalista
Por seu lado, os homens e mulheres do campo deleitam-se com elogios e reconhecimentos, que, contudo, não bastam e nem são entendidos. Uma imagem de uma bateria de colheitadeiras em uma megalavoura do Centro-Oeste projeta e confirma a realidade. É o que o mineiro Zé Vitor gritou nesta coluna. O agro brasileiro precisa mudar sua retórica triunfalista e valorizar o trabalho duro e insano do camponês comum. Esta imagem do suor do rosto tem de chegar à sociedade, dizem os novos argumentos desses formuladores da autoimagem positiva do camponês brasileiro.
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