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Repórter Brasília

- Publicada em 19 de Maio de 2019 às 21:49

Deslocando o foco

Diz o campeiro gaúcho: atirou no galo e acertou na galinha. É no que deu o protesto dos estudantes desta semana, que em vez de embaraços parece estar facilitando a vida do ministro da Economia, Paulo Guedes. Enquanto a esquerda se ocupa de bater no governo, reclamando dos cortes das verbas das universidades, a bancada governista vai levando em frente a reforma da Previdência, que parece esquecida nos inflamados discursos da oposição nos plenários da Câmara e Senado nos últimos dias.
Diz o campeiro gaúcho: atirou no galo e acertou na galinha. É no que deu o protesto dos estudantes desta semana, que em vez de embaraços parece estar facilitando a vida do ministro da Economia, Paulo Guedes. Enquanto a esquerda se ocupa de bater no governo, reclamando dos cortes das verbas das universidades, a bancada governista vai levando em frente a reforma da Previdência, que parece esquecida nos inflamados discursos da oposição nos plenários da Câmara e Senado nos últimos dias.
Tática de diversionismo
O recrudescimento dos enfrentamentos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) contra a esquerda está sendo interpretado como uma tática de diversionismo do Palácio do Planalto, ou seja, criar uma nova frente de combate para iludir os adversários e levar o debate para outro campo, tirando o foco do parlamento e direcionando para os clamores da juventude.
Partindo para a briga de rua
Aproveitando-se do desafio dos estudantes, que incluíram em seus protestos o slogan partidário de "Lula Livre", o chefe do governo direcionou suas baterias contra os arquirrivais do PT, e parte para a briga de rua. Ao misturar o drama do ex-presidente no leque de reivindicações orçamentárias, a esquerda dá ao governo uma folga para desviar para os embates externos a atenção do embate parlamentar. Enquanto a esquerda e suas bancadas se ocupam em defender o ex-presidente, as legendas do governo se empenham em remover as dificuldades para aprovar na Comissão Especial um texto básico para a reforma da Previdência, este sim um tema considerado essencial para a retomada do crescimento econômico.
Toma lá, dá cá
Essa manobra tática, exacerbando a radicalização, vai abalar a ambiguidade do centrão, que estava tentando encurralar o governo para obter alguns ganhos no espaço político/administrativo, ou seja, para alimentar o "toma lá, dá cá". Os parlamentares das bancadas conservadoras não encontrarão condições para negociar algum tipo de composição com a oposição esquerdista num clima de confronto ideológico pesado. O centrão será obrigado a descer do muro, certamente saltando para o alinhamento ideológico com o governo.
Virada planejada
Este desvio de objetivo pode ter sido um acaso, como dizem muitos analistas, que atribuem essas guinadas ao temperamento e estilo disperso do presidente da República. Outros, no entanto, afirmam que essa virada deriva de um aproveitamento planejado das vicissitudes do momento, quais sejam, instrumentalizando as passeatas estudantis e as acusações contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Seja como for, a polêmica dá uma trégua na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Jogo está em campo
A gritaria contra os cortes nas dotações para as universidades se dilui, pois os protestos atacam o ministro da Educação, Abraham Weintraub, quando o culpado pela tesoura é o ministro da Economia. Além disso, o próprio presidente assegura que vai manter os contingenciamentos para não incorrer na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O jogo está em campo.
 
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