O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer mostrar comprometimento com o projeto da nova reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro (PSL) e quer instalar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) amanhã, para dar início às discussões em plenário. A oposição entende que a votação só poderá ocorrer quando as lideranças de todas as comissões estiverem definidas. O PT, como já vem anunciando, promete obstruir e "denunciar inconstitucionalidades" do projeto. O PSL, do presidente, deve presidir a comissão após acordo costurado para apoiar Rodrigo Maia para o comando da Câmara. O importante posto de relatoria do projeto da Previdência é disputado pelo DEM e pelo próprio PSL.
Redistribuição dos ministérios
Começam a ganhar musculatura as pressões para negociar cargos para facilitar a votação da reforma da Previdência, meta principal do governo Jair Bolsonaro. Correntes partidárias defendem redistribuição ministerial para atender os partidos e parlamentares para aprovar o projeto da nova Previdência. Lideranças partidárias devem se reunir com Bolsonaro amanhã. Aliados do PSL entendem que a entrega de cargos do segundo e terceiro escalões não será suficiente para aglutinar base em prol da reforma. Deputados têm mostrado insatisfação com trânsito dos parlamentares no governo e com atuação de militares no Planalto. Pedem que mudanças das bases para aposentadoria de membros das Forças Armadas tramitem junto com a reforma já entregue à Câmara.
Compromisso com investidores
O ajuste fiscal é a chance de Bolsonaro atrair capital para o País e gerar emprego, avaliam analistas. A reforma deve enfrentar resistência das corporações e servidores públicos. O presidente terá de filtrar discussões não republicanas e distribuir cargos de segundo escalão para conseguir apoio, segundo fontes do Parlamento. O presidente Bolsonaro tem afirmado que "a nova Previdência exigirá um pouco mais de cada um de nós". Deputados têm se manifestado a respeito com discurso semelhante: "todos temos que participar do sacrifício".
Oneração das elites
Segundo o presidente, a mudança é para uma causa comum, "o futuro do nosso Brasil e das próximas gerações". Ele afirmou que pessoas de todas as classes vão se aposentar com a mesma idade, mas isso não vai acontecer de uma hora para outra, lembrando as regras de transição. O governo está jogando tudo na oneração das chamadas elites do funcionalismo público e nas corporações mais bem situadas. Reduz a alíquota de contribuição da parcela mais pobre da população. Sem dúvida, o debate vai esquentar nos próximos dias no Congresso, que será pressionado para alterar as condições para a aposentadoria.
Três Coroas
O prefeito Orlando Teixeira (PSD), de Três Coroas, no Vale do Paranhana, afirmou, em Brasília, que o principal problema hoje do município é o desemprego, em função das várias empresas que fecharam. Esteve prospectando emendas parlamentares para os investimentos programados. Mas no que diz respeito à segurança, Três Coroas só tem que comemorar. Recentemente, fala com entusiasmo Teixeira, "inauguramos 112 câmeras de monitoramento, cercando todo o município. É a maior quantidade do Estado, tem mais até que Porto Alegre", comemora. "Somos uma cidade de 180 quilômetros quadrados, com 26 mil habitantes, mas estamos seguros", assinalou.