Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Repórter Brasília

- Publicada em 16 de Novembro de 2018 às 01:00

Um bom problema para Alceu

Deputado federal Alceu Moreira

Deputado federal Alceu Moreira


CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
O deputado federal gaúcho Alceu Moreira (MDB) está diante de um problema - "um bom problema", graceja ele. Como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, ele é governo, titular do Ministério da Agricultura; como parlamentar do MDB, é membro de um partido político representado na Câmara dos Deputados e no Congresso Nacional. O dilema é que as duas posições são paralelas, mas não regimentalmente compatíveis.
O deputado federal gaúcho Alceu Moreira (MDB) está diante de um problema - "um bom problema", graceja ele. Como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, ele é governo, titular do Ministério da Agricultura; como parlamentar do MDB, é membro de um partido político representado na Câmara dos Deputados e no Congresso Nacional. O dilema é que as duas posições são paralelas, mas não regimentalmente compatíveis.
Frente Ruralista
Nas próximas semanas, Alceu Moreira assumirá o comando da Frente, como vice-presidente em exercício. A titular, deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), foi convidada a ser ministra da Agricultura do novo governo como representante desse organismo do ruralismo no espaço político-legislativo. Com isto, esse ente (mais conhecido como Frente Ruralista) assume uma posição inesperada, pois foi concebida apenas para ser um grupo de pressão multipartidário.
Acomodar situação nos regimentos
A Frente age através de seus deputados e senadores no espaço legislativo. Nada mais que isto. Entretanto, como o novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), descartou explicitamente a participação partidária, acolhendo a Frente como uma entidade em si, Alceu Moreira está encontrando dificuldade para acomodar essa situação nos regimentos do Congresso. Tanto a Câmara como o Senado admitem blocos de partidos, compostos por várias legendas. Mas a Frente Ruralista não é uma formação compacta de partidos. Inclusive, muitos de seus integrantes participam de bancadas que, vez ou outra, posicionam-se contrariamente à Frente, deixando os deputados em dificuldades de atender deveres partidários ou interesses corporativos antagônicos.
Relação nova com o Parlamento
Segundo o deputado gaúcho, esta é uma manifestação prática dessa situação heterodoxa que vem da eleição de um líder como Bolsonaro, completamente fora dos cânones. Desde as primeiras eleições brasileiras, ainda nas Câmaras de Vereadores dos vilarejos no alvorecer dos tempos coloniais, sempre os eleitos chegavam ao poder com ligações orgânicas com o eleitorado. Desta vez o mandatário chegou ao poder por canais diferentes. Com isto, está formando seu governo com alguns conceitos novos, como este de se relacionar com o Parlamento por meio de uma frente não regimental.
Presidência da Câmara
Alceu Moreira pergunta-se como serão as reações dos partidos e das bancadas na hora das negociações formais entre Executivo e Congresso. Um desafio para o político gaúcho. Não bastasse esta novidade, Alceu Moreira é o favorito da família Bolsonaro para ser o novo presidente da Câmara. Outro problema, pois o candidato do plenário seria o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do mesmo partido da presidente da Frente Ruralista e futura ministra. Então fica a pergunta: e se Maia for defenestrado, o DEM rompe com o governo? Esse impasse deixaria a deputada Tereza Cristina numa saia justa? Moreira não acredita que tanto venha a acontecer, nem que o DEM vá romper com o novo governo por conta de uma eventual preterição de Rodrigo Maia, tampouco que a posição da Frente ou da deputada sul-mato-grossense sejam abalados por uma crise desta natureza. Como dizia o conselheiro Acácio: "As consequências vêm depois". 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO