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Repórter Brasília

- Publicada em 25 de Junho de 2018 às 22:18

Difícil ser professor no Brasil

Os jovens brasileiros não estão muito animados em seguir a carreira do magistério. Só 2,4% querem ser professores no Brasil. Entre os principais motivos para o desinteresse estão os baixos salários e o pouco reconhecimento pela profissão. Levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que apenas 2,4% dos alunos de 15 anos demonstram interesse pela docência. Segundo o relatório, há 10 anos, o número chegava a 7,5%. Além disso, os que escolheram seguir na docência têm o pior rendimento escolar, com médias em matemática e leitura inferiores às dos jovens que buscam outras carreiras. Pouco animados em seguir o magistério, os alunos também são induzidos a isso pelos professores.
Os jovens brasileiros não estão muito animados em seguir a carreira do magistério. Só 2,4% querem ser professores no Brasil. Entre os principais motivos para o desinteresse estão os baixos salários e o pouco reconhecimento pela profissão. Levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que apenas 2,4% dos alunos de 15 anos demonstram interesse pela docência. Segundo o relatório, há 10 anos, o número chegava a 7,5%. Além disso, os que escolheram seguir na docência têm o pior rendimento escolar, com médias em matemática e leitura inferiores às dos jovens que buscam outras carreiras. Pouco animados em seguir o magistério, os alunos também são induzidos a isso pelos professores.
Professor hoje é frustrado
Para a deputada federal gaúcha Yeda Crusius (PSDB), o problema não é derivado apenas de o professor ser uma profissão mal paga. Ela ressalta que isso é um motivo, mas é bem mais amplo. A parlamentar explica que "o jovem, via de regra, não sabe qual é a profissão que ele quer, porque não existe mais esse conceito de profissão, aquela que era típica no passado, você era professor, engenheiro, médico ou advogado". Antes, segundo a deputada, "você ia para uma faculdade bem específica. Ele não quer repetir a frustração que ele vê nos seus professores, em 90% dos casos, o professor hoje é frustrado".
Reforma do Ensino Médio
Na avaliação de Yeda, ex-governadora e ex-ministra do Planejamento, "é isso que justifica a reforma do Ensino Médio". Ela argumenta que "tanto o jovem não gosta de ir à escola que está abandonando o Ensino Médio". Faltam boas escolas, e dá um exemplo: "a fila que tem para entrar no Colégio Tiradentes, em Porto Alegre, e a demanda enorme pelas escolas do Sesi (Serviço Social da Indústria) é porque ali ele vai aprender robótica e, quem sabe, aprendendo isso ele seja um professor de robótica, mas não um professor de Ensino Médio".
Rejeição maior que o político
"Enfim, o dado mostra que a profissão de professor tem uma rejeição maior do que a profissão de político", afirma Yeda, ironizando. "Mas por quê? Porque o mundo é muito mais amplo do que uma carreira. O jovem quer se realizar", aponta. "A pesquisa é focada no passado, numa profissão do passado. Quando hoje você tem pessoas fazendo a intermediação entre ensino e aprendizagem, ele ainda tem o nome de professor, você está falando com uma professora do passado. Mas eu não fui professora, eu fui dar aula de economia, eu sou economista que dá aula, porque eu gosto de ensinar economia".
Sociedade da violência
A deputada chama atenção para outro ponto importante: "tem poucas cadeiras obrigatórias, e toda a possibilidade de escolha, senão a gente vai perder o jovem do Ensino Médio, principalmente o da escola pública. Para mim, em primeiro lugar, a profissão é desprestigiada, inclusive porque, na sociedade da violência, não existe mais o respeito a quem ensina. Acho que esse requisito, inclusive, eu ressalto muito, porque é uma juventude que perdeu alguns valores básicos, como o respeito ao mais velho, o respeito ao professor".
 
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